“Tanto quanto estou informado, o jornalista que desapareceu vivia nos Estados Unidos. Nesse sentido, os Estados Unidos têm alguma responsabilidade pelo que lhe sucedeu”, disse Putin, durante um fórum organizado em Sochi, no sudoeste da Rússia.
Nas mesmas declarações, e sobre o alegado envolvimento de Riade no desaparecimento do jornalista saudita, o chefe de Estado russo frisou que Moscovo não entrará numa fase de deterioração das relações com a Arábia Saudita enquanto “não souber o que realmente aconteceu”.
O jornalista saudita Jamal Khashoggi, que estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade, desapareceu no passado dia 02 de outubro depois de ter entrado no consulado saudita em Istambul, Turquia, para tratar de questões administrativas.
O jornalista não foi visto desde então.
Na quarta-feira, um jornal turco pró-governamental revelou ter gravações de áudio realizadas no interior do consulado, avançando que Jamal Khashoggi, colaborador do jornal norte-americano The Washington Post, tinha sido torturado e desmembrado por agentes sauditas.
A Arábia Saudita nega qualquer envolvimento no desaparecimento do jornalista, adiantando que ele deixou a missão diplomática pelo próprio pé. No entanto, Riade não apresentou qualquer prova que sustente tal teoria.
Nos últimos dias, vários ministros e personalidades do circuito económico-financeiro internacional cancelaram a participação num fórum económico agendado para Riade para a próxima semana, expressando a sua preocupação sobre os contornos do desaparecimento do jornalista.
A conferência em questão é organizada pelo fundo soberano saudita e pretende ser uma montra das reformas económicas impulsionadas pelo jovem príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane, o atual homem forte de Riade.
Uma das baixas do fórum internacional será o secretário de Estado do Tesouro norte-americano (equivalente ao ministro das Finanças), Steven Mnuchin, que anunciou hoje que cancelou a sua participação.
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