“O PSD quer questionar a segurança em várias áreas da governação, porque o histórico do país nos últimos quatro anos não deixa ninguém dormir descansado”, afirmou o deputado e vice-presidente da bancada do PSD Carlos Peixoto, em declarações à Lusa.
Como exemplos, o deputado aponta não só o desaparecimento e posterior reaparecimento do material militar de Tancos, a queda da estrada de Borba, os incêndios de 2017, mas também “a degradação do Serviço Nacional de Saúde, a falta de meios e recursos nas forças de segurança e os festins e motins nas prisões”.
“Os problemas que existem no país são problemas reais, são uma bomba relógio que pode em qualquer momento detonar”, alertou.
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), divulgado na sexta-feira, indica uma ligeira descida da criminalidade geral e diminuição da violência em 2018 face ao ano anterior, apesar da subida de alguns indicadores, como homicídios, extorsão e roubos a residências.
O documento expressa preocupação em relação a alguns fenómenos como o apoio de grupos portugueses a redes internacionais de crime organizado e ao aumento significativo da tensão entre grupos de extrema-direita e antifascistas.
Para Carlos Peixoto, os dados do RASI não devem “fazer o Governo embandeirar em arco”, considerando que apesar de Portugal se poder continuar a definir como “um país tranquilo”, “tranquilidade e segurança não são a mesma coisa”, reiterando que nos últimos anos “o Estado não garantiu a segurança de pessoas e bens”.
“O Governo tem que, de uma vez por todas, olhar para este problema com muita atenção e não apostar no improviso e no acaso. O apelo que nós fazemos à governação, ao PS, é que olhe para o futuro do país, para os portugueses, para a sua integridade física, para os seus bens, com uma atenção diferente do que lhe tem dedicado”, apelou.
O PSD, acrescentou, vai defender que o Governo deve “investir mais na área da segurança de bens e pessoas”.
“O que temos é uma bomba relógio que pode a qualquer momento explodir, esperemos que não, faremos tudo para que não aconteça, entendemos que o Governo deve fazer muito mais, não está a cumprir o contrato de salvaguardar a segurança de pessoas e bens”, reiterou.
A interpelação tem uma duração prevista de 123 minutos e será aberto com as intervenções de um deputado do grupo parlamentar interpelante e de um membro do Governo.
Comentários