“Após algum tempo de reflexão pessoal e política, tomei a decisão de me candidatar a presidente do PSD”, anunciou Luís Montenegro, numa declaração à Lusa.
O antigo líder parlamentar social-democrata disse ter tomado a decisão depois de “escutar muitos militantes, autarcas e cidadãos e após ter recebido incentivos e sugestões vindos de dentro e de fora do PSD”.
Montenegro adiantou ainda a sua intenção de não falar publicamente antes de se dirigir diretamente aos militantes do PSD, o que acontecerá, em princípio, na próxima semana.
Esta será a segunda vez que Luís Montenegro se candidata à liderança do PSD, depois de ter disputado a presidência do partido em janeiro de 2020, perdendo para o atual presidente, Rui Rio.
Nessa ocasião, obrigou Rio a uma inédita segunda volta no PSD (Miguel Pinto Luz foi o terceiro candidato que se ficou pela primeira volta, com cerca de 9,5% dos votos) e conseguiu 47% dos votos.
Na noite da derrota, o antigo deputado avisou logo que não valia a pena anunciarem a sua morte política, considerando que essa notícia seria “manifestamente exagerada”, mas manteve-se discreto na sua intervenção política nos dois anos seguintes.
Fez campanha em Espinho, onde reside, ao lado de Rui Rio nas últimas legislativas e, apesar de se ter mantido em silêncio desde a derrota do PSD em 30 de janeiro, a sua candidatura à liderança do partido era dada como praticamente certa.
Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves, 49 anos, e advogado de profissão, destacou-se como deputado — sempre eleito por Aveiro – e, sobretudo, como líder parlamentar do PSD.
Assumiu o cargo de presidente da bancada do PSD já após a vitória de Pedro Passos Coelho nas legislativas, em junho de 2011, e manteve-se até 2017, sendo o presidente de bancada mais duradouro entre os sociais-democratas.
Luís Montenegro deixou o parlamento em abril de 2018, 16 anos depois de tomar posse como deputado, em 2002, e é agora o primeiro candidato anunciado à sucessão de Rui Rio.
O atual presidente do PSD, que ocupa o cargo desde janeiro de 2018, já anunciou que deixará a liderança do partido depois da derrota nas legislativas de 30 de janeiro. As eleições diretas para escolher o seu sucessor foram marcadas em Conselho Nacional para 28 de maio e o Congresso vai realizar-se entre 01 e 03 de julho, no Porto.
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