André Ventura disse à Lusa que já está a recolher as 2.500 assinaturas necessárias e espera ter "o envolvimento de estruturas do PSD que decidam aderir" a este movimento que tem por objetivo destituir a liderança de Rio.
"Como disse desde o início, o congresso extraordinário é a última hipótese, caso não se verifique nenhuma inflexão na estratégia política que tem sido adotada", acrescentou, dizendo também que pediu uma reunião a Rui Rio.
O vereador e candidato à câmara de Loures anunciou no sábado que vai lançar o movimento que pretende substituir o líder e colocar o partido no “espetro ideológico do centro-direita português”.
Em comunicado, no sábado, André Ventura afirma que o movimento “tem como grande objetivo a eleição de uma nova liderança do PSD e a apresentação, a todas as distritais do partido, de um documento global de compromisso com os valores da social-democracia portuguesa, ao arrepio do que tem promovido a direção" de Rui Rio, presidente eleito em janeiro.
Em seis frases, tipo palavra de ordem, André Ventura afirma ser necessário dizer “chega” de “compromissos e servilismo com a esquerda e com a extrema-esquerda” ou ainda de “guerrilha constante contra os militantes, candidatos e dirigentes do PSD”, que atribui à direção de Rio.
O movimento proposto por André Ventura defende ainda que "chega de neutralidade ideológica em temas fundamentais como as minorias, o casamento homossexual ou a eutanásia” ou ainda a de “dar a mão ao Bloco de Esquerda no aumento de impostos, alguns deles completamente disparatados” como a taxa para travar a especulação imobiliária, batizada pelo CDS como “taxa Robles”.
O anuncio do movimento pela substituição de Rio surgiu no final de uma semana em que a direção do PSD recolheu assinaturas entre as distritais, à exceção da de Lisboa, para um documento de apoio ao presidente do partido.
Fontes contactadas pela Lusa na quinta-feira confirmaram que, apesar de vários presidentes de distritais sociais-democratas terem expressado dúvidas quanto à forma e conteúdo do texto, ele será assinado por todos, à exceção do PSD-Lisboa.
O texto, noticiado quinta feira pelo Público e Observador e a que a Lusa teve acesso, foi enviado na véspera pelo vice-presidente do PSD Salvador Malheiro aos presidentes das distritais como proposta de comunicado, e começa por apelar à serenidade e sentido de responsabilidade dos militantes, defendendo que todos têm de contribuir para que a “unicidade da mensagem” não seja deteriorada perante a opinião pública.
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