A iniciativa, promovida pelo projeto “Orla sem lixo”, deu o tiro de partida numa praia da baía de Guanabara, um dos locais mais emblemáticos da ‘Cidade Maravilhosa’, mas também um dos mais poluídos.
Esta enseada, em torno da qual se situa a maior parte dos municípios da área metropolitana do Rio de Janeiro, recebe diariamente cerca de 80 toneladas de lixo, maioritariamente plástico, através dos rios que nela desaguam.
Embora já tenham sido implementados projetos para reduzir o lixo flutuante na baía, estes não têm sido sustentáveis e alguns levaram mesmo à degradação ambiental das margens dos rios.
O projeto, que iniciou a sua fase piloto com a instalação de uma barreira de contenção com 200 metros de comprimento, pretende ser uma solução sustentável, segundo a coordenadora do projeto, a argentina Susana Vinzon.
A ideia é que a participação ativa da comunidade promova uma economia circular que gere emprego e rendimento, além da transformação dos resíduos para o seu regresso à cadeia produtiva.
“Para ambientes como a baía de Guanabara, temos um objetivo de longo prazo, que é chegar a um modelo de trabalho e renda que inclua as comunidades pesqueiras da região, para que essa solução se perpetue”, disse Vinzon, especialista em recursos hídricos e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), citada pela agência Efe.
Para os responsáveis pelo “Orla sem lixo”, o projeto tem potencial para ser replicado em outras baías do Brasil.
Para as comunidades que vivem nas margens, o lixo flutuante é um fator que afeta diretamente a sua subsistência, pois dificulta as atividades de pesca e os desportos náuticos.
Durante a execução do projeto, uma equipa de biólogos marinhos e engenheiros costeiros medirá também o impacto – positivo ou negativo – da barreira de recolha e a forma como o vento e a maré afetam o seu funcionamento.
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