De acordo com a nota enviada hoje pela empresa, o relatório final do júri do concurso público para esta infraestrutura deliberou que o projeto vencedor é o do consórcio formado Prof. Edgar Cardoso - Engenharia e Laboratório de Estruturas, Lda, pela Arenas & Asociados, Ingenería De Diseño SLP e pela No Arquitectos, Lda.
“O contrato para o desenvolvimento do projeto será assinado nos próximos dias, representando um investimento de 1,12 milhões de euros”, adianta a Metro do Porto.
Em causa está a ponte que permitirá a travessia do metro entre o Campo Alegre, no Porto, ao Candal, em Vila Nova de Gaia, “parte obrigatória de uma nova linha – a Linha Rubi -, que ligará as estações de Casa da Música e de Santo Ovídio”.
O arranque da obra, que será “exclusivamente reservada ao Metro, aos peões e bicicletas”, está previsto para a “primeira metade do próximo ano”.
Venceu o conceito de “uma ponte com um pórtico com escoras inclinadas, suportada integralmente em betão e com um perfil longitudinal a uma altura ligeiramente superior à da Ponte da Arrábida, de modo a não constituir um obstáculo visual”.
Esta obra, bem como a nova linha, serão “totalmente financiadas a fundo perdido por verbas inscritas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e estarão concluídas e em funcionamento até ao final de 2025”.
Depois de um período de largas contestações, encabeçadas pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a empresa reitera que “tanto a Metro do Porto como o consórcio agora escolhido irão trabalhar em estreita cooperação com as câmaras municipais do Porto e de Vila Nova de Gaia e com todas as partes envolvidas – designadamente a Faculdade de Arquitetura e a Reitoria da Universidade do Porto”.
Citado na nota de imprensa, o presidente do conselho de administração da Metro, Tiago Braga, destaca que “este processo foi de um rigor e de uma transparência totais, para além de que teremos tido provavelmente o júri mais qualificado em concursos desta natureza, não apenas pelo mérito dos seus membros mas também pelas instituições de referência que representam, aportando para o processo diferentes sensibilidades, perspetivas e saberes”.
Tiago Braga realça ainda que “uma ponte, por si só, é sempre um projeto de aproximação de partes, de conectividade e de cooperação, de ultrapassagem de obstáculos” e que esta “será tudo isto, tornando a região ainda mais coesa, ambientalmente sustentável e competitiva”.
Esta empreitada permitirá criar “uma nova linha entre a Boavista e Santo Ovídio, com ligação ao comboio nas Devesas, de forma a servir toda a zona sul da Área Metropolitana do Porto, e com um potencial de procura fortíssimo”, prossegue o administrador, frisando a importância deste investimento “para a descarbonização da mobilidade nesta região”.
O júri do concurso foi composto por Inês Lobo e Alexandre Alves Costa (ambos em representação da Ordem dos Arquitectos), Rui Calçada e Júlio Appleton (indicados pela Ordem dos Engenheiros), Amândio Dias (da Direção Regional de Cultura do Norte), Eduardo Souto de Moura (em nome da Câmara Municipal do Porto), Serafim Silva Martins (pela Câmara de Vila Nova de Gaia), e Lúcia Leão Lourenço, que presidiu, Joana Barros, Victor Silva e Miguel Osório de Castro (os quatro representando a Metro do Porto).
O consócio de Edgar Cardoso já tinha sido selecionado como preferido pelo júri.
Em segundo lugar, tinha sido apontada a solução avançada pelo consórcio liderado pela COBA, que apresentava uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco, sendo que o terceiro lugar tinha sido atribuído ao consórcio liderado pela Betar - Consultores, cujo projeto assentava numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.
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