Segundo o portal de notícias Mediazona, Navalny é acusado de financiar e instigar ações extremistas e de criar uma organização que atentou contra os direitos dos cidadãos, referindo-se ao ilegalizado Fundo de Luta contra a Corrupção (FBK).
Foi também indiciado por reabilitação do nazismo e atração de menores de idade para participar em ações perigosas, numa alusão a manifestações da oposição não-autorizadas.
Na altura, Navalny denunciou que um tribunal militar ia julgá-lo por terrorismo, podendo condená-lo a prisão perpétua.
O Comité Nacional Antiterrorista responsabilizou os serviços secretos ucranianos pelo assassínio, em abril, do ‘blogger’ militar Vladlen Tatarski, afirmando que utilizaram para o ataque pessoas próximas do FBK de Navalny, que incitaram a principal suspeita, Daria Trepova, a cometer o crime.
Os membros da equipa do FBK do líder da oposição russo negaram terminantemente qualquer ligação ao atentado perpetrado num café de São Petersburgo.
Vários aliados do opositor russo encontram-se no exílio, mas foram adicionados por Moscovo aos registos de terroristas e extremistas, pela sua colaboração com o FBK e outras fundações de Navalny e com a sua rede de escritórios, todos classificados como organizações extremistas e ilegalizados pela Justiça russa.
Além disso, é imputado a Alexei Navalny o enaltecimento do terrorismo quando o seu assessor, Leonid Volkov, defendeu a tentativa de assassínio de Hitler, em 1944, às mãos do militar Claus von Stauffenberg.
“De acordo com o Comité de Instrução e [o Presidente, Vladimir] Putin, o poder de Hitler era legítimo e atentar contra ele, extremismo”, explicou Navalny.
Nos últimos meses, Navalny condenou nas redes sociais a “guerra criminosa” lançada por Putin na Ucrânia em fevereiro de 2022, acusando o chefe de Estado russo de enviar “para o matadouro” centenas de milhares de cidadãos russos.
A equipa de Navalny convocou para 04 de junho uma jornada mundial de apoio ao seu líder, que completará nesse dia 47 anos, denunciando que ele está na prisão há 850 dias, 165 dos quais passados em celas de castigo numa penitenciária da região de Vladimir, a menos de 200 quilómetros de Moscovo.
Os seus colaboradores, que se encontram todos no estrangeiro, acusaram as autoridades prisionais de tentar envenená-lo na prisão.
A Justiça russa rejeitou em novembro de 2022 um recurso dos advogados de Alexei Navalny e confirmou a sua sentença de oito anos de prisão, a que foi condenado por fraude e desacato.
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