A escala em Angola começa no final do dia de quinta-feira, quando o Príncipe viaja para o sudeste de Angola, para Dirico, onde vai passar a noite num campo de desminagem da organização britânica Halo Trust.
É na província do Cuando Cubango que a Halo Trust iniciou recentemente um projeto financiado em 60 milhões de dólares (54 milhões de euros) para a remoção de minas terrestres deixadas durante a guerra civil (1975-2002).
O objetivo é limpar 153 campos minados dentro dos parques naturais de Mavinga e Luengue Luiana para proteger a vida animal, mas também libertar terrenos para o uso das populações locais e permitir o desenvolvimento de atividades como o ecoturismo.
Na sexta-feira, o Príncipe Harry vai inaugurar um novo segmento do programa Queen’s Commonwealth Canopy, uma rede internacional de florestas destinada a facilitar a passagem de animais selvagens, para aquela zona do bacia do rio Okavango, partilhada com a Namíbia e o Botsuana, cuja apresentação terá a presença de membros do governo dos três países.
A etapa seguinte, segundo um comunicado da casa real britânica, vai ser a mais “significativa e comovente” para o Príncipe, cujo título oficial é Duque de Sussex.
Harry vai visitar no Huambo uma zona antes ameaçada por minas terrestres, cuja campanha para limpeza a princesa Diana ajudou ao deixar-se fotografar em 1997, atraindo atenção mundial para o problema.
Atualmente, alguns destes campos têm agora escolas, lojas e casas, resultado das operações de desminagem da Halo Trust e de outras organizações, financiadas parcialmente pelo governo britânico.
Durante a visita, o príncipe Harry vai conhecer algumas das pessoas que contactaram com a mãe há 22 anos atrás, nomeadamente a atual governadora da província, Joana Lina, e um membro dos trabalhos de desminagem, Valdemar Gonc?alves Fernandes.
Vai também visitar o Centro Ortopédico do Huambo, que vai passar a chamar-se Princesa Diana, antes de viajar para Luanda.
No sábado, o Príncipe Harry será recebido pelo Presidente angolano, João Lourenço no palácio da Cidade Alta, e depois vai visitar a maternidade do Hospital Lucrécia Paim para conhecer a campanha “Nascer Livre para Brilhar”, que visa reduzir a transmissão do HIV/Sida entre mãe para filhos.
Apesar de a visita a África ser feita a pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, nem o governo de Boris Johnson nem o palácio real tornaram públicas as motivações políticas para a viagem a Angola.
No ano passado, Boris Johnson, então ministro dos Negócios Estrangeiros, deu conta do interesse de Lourenço em aderir à Commonwealth, mas a organização continua sem receber um pedido formal e não vai estar representada na comitiva.
Na altura disse também que esperava receber o presidente angolano no Reino Unido “em breve”, mas continua sem ser conhecida uma data.
A visita a Angola acontece ao quarto dia do itinerário de dez dias, que começa na segunda-feira na Cidade do Cabo, África do Sul, onde vai chegar acompanhado pela mulher, Meghan Markle, e pelo filho, Archie Harrison, seguindo-se um programa de três dias de visitas a organizações e iniciativas relacionadas com os direitos da mulheres e crianças, o combate ao racismo, a defesa do ambiente e o apoio à saúde mental.
Na quarta-feira, o Príncipe Harry, segue sozinho para o Botsuana, enquanto que a Duquesa de Sussex prossegue na África do Sul uma série de compromissos oficiais.
Na região do Chobe, no Botsuana, onde existe um grande parque natural, vai promover a colaboração com os países vizinhos Namíbia, Zâmbia e Zimbabué no âmbito do Queen’s Commonwealth Canopy, para promover a circulação de animais selvagens.
Depois de visitar Angola, o Harry vai estar ainda três dias no Malaui, antes de regressar à África do Sul, onde, em conjunto com Meghan Markle, vai encontrar-se na quarta-feira com a antiga primeira dama Graça Machel, concluindo a visita com uma audiência com o presidente Cyril Ramaphosa.
Segundo o palácio de Buckingham, “o amor do Duque de Sussex pela África é bem conhecido. Ele visitou o continente pela primeira vez aos 13 anos e, mais de duas décadas depois, as pessoas, cultura e vida selvagem resiliência das comunidades continuam a inspirá-lo e motivá-lo”.
Comentários