“Vemos um grande número de soldados a concentrar-se, vemos preparativos para todo o tipo de operações consistentes com uma ameaça militar iminente”, disse Johnson numa conferência de imprensa, em Kiev, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A possibilidade de a Rússia intervir militarmente na Ucrânia “é um perigo claro e presente” o que seria “um desastre político, humanitário e militar para a Rússia e para o mundo”, alertou o chefe do governo britânico.
“É vital que a Rússia recue e escolha o caminho da diplomacia e penso que ainda é possível. Estamos prontos para o diálogo, claro, mas as sanções estão prontas”, advertiu o primeiro-ministro britânico.
Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais acusam Moscovo de ter concentrado mais de 100.000 soldados junto á fronteira com a Ucrânia na perspetiva de invasão do país vizinho.
O Kremlin tem sistematicamente negado essa intenção e coloca a questão em inquietações sobre a sua segurança, exigindo garantias como o não alargamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em particular à Ucrânia.
A chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, anunciou na segunda-feira nova legislação para agravar o regime de sanções do Reino Unido que poderá ser utilizado em caso de ataque militar da Rússia à Ucrânia.
“Apresentaremos na Câmara um projeto de lei que reforçará consideravelmente a nossa posição em relação a uma ação agressiva da Rússia contra a Ucrânia”, declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros na Câmara dos Comuns, explicando que tais sanções poderão visar um número maior de pessoas e empresas, em função da sua importância para o Kremlin.
“Poderemos ter como alvo qualquer empresa ligada ao Estado russo, que exerça atividades de importância económica para o Estado russo ou opere num setor de importância estratégica para o Estado russo. Não apenas estaremos em melhores condições para atingir essas entidades, como poderemos igualmente perseguir aqueles que são seus proprietários ou as controlam”, acrescentou a ministra.
Truss sublinhou que este regime de sanções será o “mais severo” alguma vez aplicado à Rússia e “a maior mudança” na abordagem do Reino Unido desde que o país abandonou a União Europeia.
“Zelaremos por que aqueles que partilham a responsabilidade da ação agressiva e desestabilizadora do Kremlin paguem um preço elevado”, declarou ainda a responsável britânica.
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