“Estou ansioso por iniciar um diálogo construtivo com os países europeus para colocar as nossas relações no caminho certo”, escreveu Pezeshkian, eleito no início de julho, num artigo publicado pelo ‘Tehran Times’, no qual delineou as principais linhas da política externa que pretende seguir.
Durante a campanha eleitoral, Pezeshkian tinha prometido “tirar o Irão do seu isolamento”, estabelecendo “relações construtivas” com o mundo, especialmente com os países europeus, refere a Agência France-Presse (AFP).
“Existem inúmeras áreas de cooperação que o Irão e a Europa podem explorar, uma vez que as potências europeias aceitem esta realidade e deixem de lado a supremacia moral da auto-arrogância, juntamente com as crises fabricadas que têm atormentado as nossas relações durante tanto tempo”, acrescentou.
No artigo, o presidente eleito criticou a retirada dos Estados Unidos do acordo internacional, em 2018. O acordo tinha sido concluído três anos antes e visava restringir a atividade nuclear do Irão em troca do alívio das sanções dos Estados Unidos à República Islâmica.
“Os Estados Unidos devem reconhecer a realidade e compreender, de uma vez por todas, que o Irão não está a responder — e não responderá — à pressão”, escreveu Pezeshkian.
O reformista denunciou que “através de sanções extraterritoriais unilaterais”, os EUA infligiram “centenas de milhares de milhões de dólares em danos” à economia do seu país e “causaram sofrimento, morte e destruição ao povo iraniano, particularmente durante a pandemia de covid-19”.
O presidente eleito iraniano, que tomará posse no próximo dia 30, garantiu que a sua política externa se baseará nos princípios da “dignidade, sabedoria e prudência”.
Pezeshkian considerou a Rússia um “aliado estratégico valioso” e disse estar pronto para “colaborar ainda mais” com a China.
Em relação aos países vizinhos, apelou à Turquia, Arábia Saudita, Omã, Iraque, Bahrein, Qatar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos para “fortalecerem as relações comerciais” com o Irão e “superarem desafios comuns” na região.
Masoud Pezeshkian foi eleito em 5 de julho, numas eleições realizadas com o Irão no centro de várias crises geopolíticas, desde a guerra em Gaza até à questão nuclear, na qual se opõe ao Ocidente.
O presidente, eleito para um mandato de quatro anos, sucede a Ebrahim Raïssi, que morreu num acidente de helicóptero em maio.
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