Economista da direita radical, Javier Milei foi eleito em 19 de novembro, dando início a um período de incerteza para a terceira maior economia da América Latina, mergulhada numa profunda crise e para a qual promete uma terapia de choque.
Javier Milei declarou à Casa Branca “a sua posição geopolítica alinhada com o Ocidente e a sua defesa dos valores da liberdade”, segundo disse o gabinete na rede social X.
O futuro Presidente, que deverá tomar posse a 10 de dezembro, manteve conversações com o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, e com os responsáveis pela América Latina na Casa Branca e no Departamento de Estado, Juan Gonzalez e Brian Nichols, respetivamente.
Jake Sullivan e Javier Milei discutiram “a importância de continuar a construir uma relação forte entre os Estados Unidos e a Argentina sobre questões económicas e prioridades partilhadas”, afirmou a Casa Branca em comunicado, citando, em particular, a tecnologia, a energia verde e os direitos humanos.
No segundo dia da visita de Milei aos EUA, Joe Biden esteve em Atlanta, no estado norte-americano da Georgia, para assistir ao funeral da antiga primeira-dama Rosalynn Carter, que morreu há uma semana.
Javier Milei designou os Estados Unidos e Israel aliados prioritários do futuro governo de Buenos Aires, tendo prometido durante a campanha distanciar-se da China, grande rival de Washington.
Não foi anunciado qualquer encontro com o antigo Presidente republicano Donald Trump, com quem Milei é frequentemente comparado.
Javier Milei deixou a Casa Branca em direção ao aeroporto, sem se encontrar com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, com quem tinha falado por videoconferência na sexta-feira.
Os colaboradores mais próximos de Milei ficaram, no entanto, para uma reunião técnica no FMI.
A Argentina contraiu em 2018 um empréstimo de 44 mil milhões de dólares (39,9 mil milhões de euros) junto do FMI, que o país tem tido dificuldades em pagar devido à escassez das reservas de divisas, que se encontram em mínimos históricos.
“Discutiram os complexos desafios que o país enfrenta”, disseram à imprensa fontes da organização que não quiseram ser identificadas, prometendo “continuar a trabalhar em estreita colaboração no futuro”.
A Argentina enfrenta graves dificuldades económicas, com uma inflação superior a 140% ao ano e 40% da população a viver na pobreza.
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