"Nunca aceitámos o termo 'Taiwan da China' (...) Taiwan é Taiwan", escreveu Tsai Ing-wen na conta oficial da rede social Facebook, citada pela agência taiwanesa CNA.
Na mesma publicação, a Presidente avisou que Taiwan "acolhe todos os cineastas chineses para desfrutarem da liberdade de expressão" da ilha, mas "devem respeitar os pontos de vista de Taiwan".
"Por mais que desejemos que os visitantes aproveitem a liberdade de Taiwan, eles também devem respeitar o povo de Taiwan e o seu modo de pensar", acrescentou a chefe de Estado.
Tsai Ing-wen falava sobre a polémica desencadeada por várias intervenções com conotação política durante a receção dos prémios na 55.ª edição do Festival do Cavalo de Ouro, o equivalente ao Óscar para filmes chineses, realizada no último sábado em Taipé.
Os discursos dos vencedores imediatamente criaram uma disputa entre internautas de Taiwan e chineses, especialmente sobre a intervenção da realizadora taiwanesa Fu Yue, que ganhou o prémio de melhor documentário com o filme "A nossa juventude em Taiwan" sobre a “revolta do Girassol”, em 2014, contra a influência chinesa em Taiwan.
Depois de receber o prémio, Fu afirmou que o "seu maior desejo como taiwanesa" é que o "país seja tratado como entidade independente".
A página do Facebook da cineasta foi inundada por comentários críticos, que, na opinião da Presidente da ilha, não passam de crimes de “cyberbullying".
"Qualquer um que expresse as suas opiniões livremente não deve estar sujeito a assédio ou ameaças psicológicas", sublinhou.
Nesta edição do festival, o prémio de melhor filme foi para "Um elefante sentado no chão", do jovem realizador chinês Hu Bo, que se suicidou aos 29 anos depois de terminar este trabalho, em 2017.
O prémio de melhor realizador foi entregue ao chinês Zhang Yimou.
Os prémios Cavalo de Ouro, concedidos desde 1962, são os mais aclamados no mundo do cinema chinês, com a participação de produções da China, de Taiwan ou de Hong Kong.
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