No colóquio "160 anos do caminho-de-ferro em Portugal", a decorrer na Assembleia da República, Manuel Queiró apelou para o investimento público na renovação da frota, garantindo que "há retornos que estão à espera".

"Não podemos parar no tempo. Temos uma procura a pressionar a nossa oferta", sublinhou, considerando que "é um ato obrigatório de gestão pública um esforço na renovação dos comboios".

Manuel Queiró adiantou que a CP faz todos os dias "um milagre" com o material que tem, realçando o papel da Empresa de Manutenção de Material Ferroviário (EMEF), cujo futuro "é preciso assegurar pelos seus trabalhadores e pelo controlo de qualidade da CP".

O presidente da CP lembrou que "a experiência do passado, com os comboios Alfa Pendular, demonstra que esse investimento tem um retorno grande" e, por isso, "não subsistem razões para hesitação no investimento na frota".

Na sua intervenção, o gestor estimou que a CP deverá chegar ao final de 2016 com perto de 114 milhões de passageiros transportados, um crescimento de 7% face a 2015, a que corresponderá um aumento de 12% nos rendimentos de tráfego, para 230 milhões de euros.

Manuel Queiró lembrou que os bilhetes de comboio não estão mais caros: "Pelo contrário. No serviço de coesão social e territorial, a CP não atualiza preços há vários anos, o que significa que eles vêm descendo".

Assim, acrescentou, o aumento das receitas é resultado do aumento da procura nos comboios de longo curso, em que os proveitos ficam acima do custo.