"O que posso dizer, neste momento, é que tenho sido contactado e que não descarto essa hipótese", disse o chefe do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, à margem da inauguração de um arruamento em Câmara de Lobos, na zona oeste da ilha.
Miguel Albuquerque sublinhou, por outro lado, não ser "nada estranho" a notícia avançada na quarta-feira pela revista Sábado, dando conta que o Ministério Público e a Polícia Judiciária estão a investigá-lo como "um dos suspeitos num processo de corrupção".
Segundo a Sábado, Albuquerque está a ser investigado por corrupção, devido a negócios privados imobiliários e pelo ajuste direto da concessão a privados da Zona Franca.
"Não acho nada estranho. Isso nunca surge por acaso", afirmou, reforçando: "Isso é o símbolo daquilo que é o sistema político em Portugal e os interesses que estão instalados, porque, quando essa hipótese surgiu [a candidatura à Presidência da República], saiu imediatamente esse tipo de insinuações e de difamações".
O governante social-democrata mantém em aberto a possibilidade de avançar com a candidatura a Belém, vincando que, se isso acontecer, vai continuar a liderar o Governo Regional e o PSD/Madeira.
"Há uma situação que eu quero dizer: ninguém me intimida, não tenho medo de nada e, sobretudo nestas questões [de negócios privados], tenho a vida completamente limpa e transparente", declarou.
Em relação ao processo mencionado na Sábado, Miguel Albuquerque disse que não ter sido notificado e sublinhou, por outro lado, que a relação entre o Governo Regional e o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) existe há 40 anos, vincando que a lei dos contratos públicos "pode ser questionada", mas a sua "base legal" não, porque assenta em "pareceres de eminentes juristas".
Na origem do processo estará uma adjudicação sem concurso, em março de 2017, à Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) para a exploração do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) e a criação e manutenção de estruturas na Zona Franca Industrial. Em junho, Miguel Albuquerque, a Machado de Albuquerque, lda, e a Andrade de Albuquerque, lda, venderam os empreendimentos turísticos Quinta do Arco à CA Património Crescente, gerido pela Square Asset Management.
Segundo Miguel Albuquerque, as transações são "de conhecimento público, os documentos de escrituras acessíveis a qualquer pessoa" e "todo o processo decorreu de uma forma absolutamente transparente", tendo tido início "muito tempo antes de o Governo Regional ter iniciado funções, em abril de 2015.
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