Em entrevista à RTP, João Ferreira afirmou que, nesse cenário, “não deixaria de ter em conta” que, como Presidente da República que jura “cumprir e fazer cumprir a Constituição”, o Chega é uma “força que declaradamente, nos seus princípios e na sua ação, assume posições contrárias a princípios e valores”.
Sem nunca responder diretamente à questão, o candidato apoiado pelo PCP afirmou que tudo faria “para evitar chegar a uma situação em que o Presidente fosse confrontado” com esse cenário.
“Não abdicaria de nenhum dos poderes, mas o Presidente não pode, não deve inventar poderes”, afirmou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de novo candidato, com o apoio do PSD e do CDS, já admitiu que daria posse a um governo nessas condições, enquanto Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, defendeu o contrário.
De resto, o eurodeputado comunista começou por dizer que não queria contribuir “para dar a determinadas forças um protagonismo e uma projeção totalmente injustificados”, como o Chega.
Apesar não ignorar “o problema do crescimento de forças de extrema-direita, de cariz antidemocrático”, João Ferreira afirmou estar preocupado com “a ausência de resposta a problemas que as pessoas sentem nas suas vidas”, como “a falta de emprego ou a instabilidade de emprego”.
É, afirmou, “a falta de perspetivas de realização no presente e no futuro que arrasta muita gente a apoiar essas forças” que, por sua vez, são “apoiadas por setores poderosos do poder económico, que têm projetos claramente de confronto com o regime democrático”.
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