“Espanha iniciou um novo ciclo político”, disse Alberto Núñez Feijóo, numa declaração a milhares de apoiantes do PP que se concentraram esta noite em frente da sede do partido, em Madrid, para celebrar os resultados das eleições regionais e municipais de domingo em Espanha, país que terá legislativas nacionais em dezembro e cujo Governo nacional é liderado pelos socialistas desde 2018.
Feijóo, antigo presidente do governo regional da Galiza, foi eleito presidente do PP há pouco mais de um ano e teve no domingo o seu primeiro teste eleitoral.
“Ganhou a centralidade frente ao radicalismo”, afirmou Feijóo, que considerou que o PP recuperou “a melhor versão” do partido, aquele que “que sintoniza com a maioria de Espanha”, “centrado, amplo, onde cabe a imensa maioria dos espanhóis”.
Para o líder do PP, o novo ciclo que se iniciou no domingo em Espanha vai prosseguir “nos próximos meses”.
“Sei que o meu momento chegará se os espanhóis quiserem”, disse o líder do PP.
Quem também reivindicou vitória nas eleições de domingo foi o VOX (extrema-direita), tanto nas regionais, onde aumentou a representação nos parlamentos autonómicos, como nas municipais, onde alcançou 7,19% dos votos globais (tinha tido 3,56% nas autárquicas anteriores, de 2019).
Além disso, o PP só conseguirá governar em algumas das regiões e municípios onde ganhou as eleições no domingo com o apoio do VOX.
Para o líder do partido da extrema-direita, Santiago Abascal, no domingo, o VOX “consolidou-se como projeto nacional” e como partido “absolutamente necessário” para construir uma alternativa à esquerda em Espanha.
O grande derrotado nas eleições foi o partido socialista (PSOE), atualmente no governo do país.
O líder do partido e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, não fez declarações após serem conhecidos os resultados.
Coube à porta-voz do PSOE e ministra da Educação, Pilar Alegria, fazer uma breve declaração aos jornalistas em que admitiu o “mau resultado”.
“Não é o resultado que esperávamos depois destas semanas de campanha eleitoral e temos de fazer uma reflexão face aos próximos meses”, afirmou.
Líderes regionais dos socialistas admitiram também a derrota e falaram num “tsunami” que atingiu o PSOE por todo o território.
O PP venceu as eleições regionais e municipais de domingo em Espanha, cujo resultado inverteu o mapa anterior, dominado pelo PSOE.
No conjunto, o PP poderá ficar a governar oito das 12 regiões que foram a votos, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou.
O PP só governava duas das regiões que no domingo foram a votos (Madrid e Múrcia, que manteve).
Nas eleições municipais, que se celebraram em todo o país, o PP foi também o partido mais votado e conquistou à esquerda grandes cidades, como Sevilha e Valência, além de ter tido uma maioria absoluta em Madrid.
Os resultados das municipais e das regionais refletem uma mudança em relação às eleições anteriores, de 2019, em que o PSOE tinha sido o partido globalmente mais votado e com mais vitórias nas regionais
Esta é também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015.
Os resultados confirmam, em paralelo, o avanço do VOX na generalidade do território e o quase desaparecimento do Cidadãos, também de direita.
Estas eleições foram a primeira ida a votos este ano em Espanha, que tem também legislativas nacionais previstas para dezembro, no final de uma legislatura marcada pela primeira coligação governamental no país, entre o PSOE e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.
As eleições de domingo estão a ser vistas como um prenúncio das legislativas de dezembro.
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