A APAV, em parceria com a Intercampus, voltou a aplicar em 2017 o inquérito que já tinha realizado em 2012 sobre “Criminalidade e Insegurança”, em que questionou os portugueses sobre o “sentimento de segurança” face à zona residencial e aos bens pessoais, sobre o “sentimento de segurança em termos pessoais” e a “experiência pessoal nos últimos 12 meses”.
Os dados hoje divulgados, que resultam de 600 entrevistas feitas entre 24 de outubro e 11 de novembro a pessoas com 15 ou mais anos, residentes em Portugal continental, indicam “uma tendência para a expressão de um menor sentimento de insegurança por parte da amostra, quando comparados com os resultados obtidos em 2012”.
“É muito positivo ver esta diminuição do sentimento de insegurança relativamente à criminalidade” por parte da amostra, disse à agência Lusa a secretária-geral da APAV, Carmen Rasquete.
Como uma das explicações para o aumento do sentimento de segurança dos portugueses, Carmen Rasquete apontou o facto de haver “mais paz social neste momento”.
"Existem alguns fatores que podemos discutir, debater e até pensar, um deles que eu penso ser dos mais claros tem a ver com algum clima de mais otimismo, de maior segurança, de crescimento económico”, frisou.
A responsável lembrou que em 2012 estava-se “no centro da crise económica” e “existia muito o sentimento de negativismo, de pessimismo quanto ao futuro, não só em questões de criminalidade como em questões pessoais”, relacionadas com a “insegurança sobre o futuro e a própria vida”.
O inquérito revela que apenas 10% dos inquiridos considera a zona onde reside como perigosa ou insegura, contra 19% em 2012. Destes, 55% dizem que essa perceção de insegurança é maior durante a noite.
O “Barómetro APAV Intercampus 2017” destaca ainda o facto de mais de 75% da amostra não recear ser assaltada ou agredida (58% em 2012).
“O receio de ser assaltado ou agredido é mais acentuado” nas pessoas com 65 ou mais anos e nas regiões do Alentejo e Algarve.
Para os 22% que dizem ter este receio, esse medo “é maior” em outras zonas que não a da sua residência ou do trabalho e “durante a noite”.
Os dados mostram também que baixou de 52% para 34% o número de inquiridos que temem que a sua casa seja assaltada. Dez por cento receiam ser alvo de insultos, ameaças ou agressões no interior da sua casa.
Entre os inquiridos com carro, 44% dizem temer que este possa ser alvo de furto ou dano (64% em 2012).
O estudo observa também uma descida no número de inquiridos que dizem terem sido vítimas de assalto, agressão ou outro crime nos últimos 12 meses (3% em 2017 contra 5% em 2012).
Esta percentagem sobe para 18% quando se questiona se conhece alguém vitima de assalto, agressão ou outro crime nos últimos 12 meses.
Para Carmen Rasqueste, o trabalho desenvolvido pela APAV ao longo dos últimos anos e a descida da criminalidade reportada no Relatório Anual da Segurança Interna (RASI) de 2017 terão também contribuído para os resultados obtidos no estudo.
“Um clima de maior paz traz um sentimento de segurança às pessoas”, frisou.
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