Estes dados constam de um relatório elaborado pela Direção-Geral de Política de Defesa Nacional (DGPDN), ao qual a Lusa teve acesso, e que foi debatido hoje na Comissão Parlamentar de Defesa, no parlamento.

De acordo com este relatório, nos primeiros seis meses de 2024 Portugal empenhou no exterior e em missões internacionais, “em diferentes âmbitos e dimensões”, um efetivo total de 1.204 militares e pessoal da Autoridade Marítima Nacional e Polícia Marítima.

O relatório destaca o mês de abril, no qual Portugal participou em 27 missões em simultâneo e chegou a empenhar, ao mesmo tempo, 1.072 efetivos.

De acordo com um gráfico que contabiliza o total de efetivos empenhados por mês, o ano começou com 598 militares portugueses em missões internacionais, número que foi subindo significativamente até atingir os 1.072 em abril e os 1.066 em maio, descendo para 965 em junho.

“A variação mensal ao longo do 1.º semestre de 2024 mostra um aumento de empenhamentos, a partir do terceiro mês, com tendência a estabilizar. Este aumento de efetivos é reflexo das várias missões a decorrer, face ao contexto atual, onde o sistema internacional tem vindo a ser caracterizado por uma multiplicação de crises, com um progressivo aumento da conflitualidade e de instabilidades locais e regionais, com evidentes efeitos no equilíbrio internacional e ambiente de segurança dos Estados”, é salientado no texto.

Em termos de envolvimento de Forças Nacionais Destacadas, Elementos Nacionais Destacados e Autoridade Marítima Nacional/Polícia Marítima, neste período do ano, 45,7% verificou-se no âmbito de missões da NATO, 27,6% da Organização das Nações Unidas (ONU), 12,2% da União Europeia, 11,3% no quadro bilateral e multilateral; e 3,2% na Frontex.

Já quanto a áreas geográficas, a maior participação de Portugal verificou-se na Europa central e de leste (43,4%), seguida de África - centro e costa oriental (37,8%), Mediterrâneo (11,1%), Atlântico - Golfo da Guiné e Costa Ocidental africana (4,3%), Mar do Norte e Mar Báltico (2,3%); África Subsaariana e Sahel (0,6%) e Ásia e América do Sul (0,5%).

No que toca à Cooperação no Domínio da Defesa, foram empenhados 132 assessores militares e a formação disponibilizada em Portugal envolveu 92 formandos.

No primeiro semestre do ano é ainda destacado o facto de que vários militares portugueses assumiram cargos de relevo nestas missões, nomeadamente o cargo de 2.º Comandante da força militar da MINUSCA, uma missão da ONU na República Centro Africana, em cargos de comando em três missões militares no âmbito da Política Comum de Segurança e Defesa da União Europeia.