
Este sábado, Luís Montenegro deixou em aberto a apresentação de uma moção de confiança na Assembleia da República. Está em causa a transferência de uma avença mensal de 4.500 euros de vários grupos para a empresa detida pela mulher e pelos filhos de Luís Montenegro, sendo uma delas relacionada com atividade de jogos e casinos.
No parlamento, os partidos assumem-se todos contra a permanência de Montenegro no Governo, e sugerem a demissão do primeiro-ministro e a convocação de eleições antecipadas. Mas quem ganha com estas eleições?
O cenário europeu mostra que, os países que passaram por situações de instabilidade semelhantes traçaram um caminho direto para a ascensão da extrema-direita ao poder. Depois da eleição de Donald Trump, na Europa, a polarização crescente na sociedade francesa promoveu uma maior atração por partidos de extrema-direita como o Rassemblement National (RN), liderado por Marine Le Pen.Em Itália, o colapso de governos centristas e a falta de consenso sobre a política de imigração e a crise económica ajudaram a criar um ambiente propício para o crescimento de partidos de extrema-direita, como a Lega, de Matteo Salvini, e Fratelli d’Italia, de Giorgia Meloni. Tal como na Hungria, que se aproxima cada vez mais de um regime autoritário com o governo de Viktor Orbán e o seu partido Fidesz.
Desde o início que o Governo liderado por Luís Montenegro se equilibra em trapézios sem rede e assume uma crise política transversal a todo o mandato. Na comunicação que fez esta noite, abre a porta para a possibilidade de apresentar uma moção de confiança à Assembleia da República, se os partidos da oposição não esclarecerem se consideram que o executivo “dispõe de condições para continuar a executar” o seu programa.
O Público, numa sondagens publicada em fevereiro, diz que a coligação entre Partido Social Democrata e o CDS continuaria a ocupar o primeiro lugar em novas eleições legislativas. No entanto, com a nova polémica, caso o país vá a eleições o resultado pode ser diferente. Os números dizem que o Partido Socialista fica em segundo e o Chega em terceiro, mais próximo do discurso do poder.
Este sábado, o xadrez político de Portugal voltou a ficar aberto.
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