
"Seis soldados morreram e mais de dez ficaram feridos após o ataque, quando realizavam exercícios de tiro", afirmou a Guarda Nacional num comunicado.
O comandante da unidade afetada foi suspenso das suas funções e uma investigação interna foi aberta.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou na noite de terça-feira que atingiu um "um campo de treinamento" do Exército ucraniano com mísseis balísticos 'Iskander'.
A Rússia anunciou nesta quarta-feira que derrubou, em 12 horas, 159 drones ucranianos lançados contra várias regiões do país.
Os aparelhos foram "interceptados e destruídos" entre as 20h00 de terça-feira e as 8h00 de quarta-feira, informou o Ministério da Defesa. Os drones estavam direcionados contra regiões de fronteira como Briansk ou Kursk, mas também Moscovo.
O ataque aconteceu num contexto de intensos esforços diplomáticos para tentar alcançar um cessar-fogo no conflito, iniciado em fevereiro de 2022 com a ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, visitou na terça-feira a região de Kursk, tomada parcialmente durante alguns meses pelas tropas de Kiev, informou o Kremlin nesta quarta-feira.
Putin reuniu-se com o governador interino Alexander Khinshtein e representantes de organizações beneficentes, segundo o governo russo.
No final de abril, a Rússia anunciou ter retomado, com a ajuda de soldados norte-coreanos, o controlo da região, que as forças ucranianas haviam conquistado parcialmente em agosto de 2024.
O chefe de Estado russo também se reuniu com funcionários de municípios da região em Kurchatov, onde fica a central nuclear de Kursk. Ele também visitou a construção da usina nuclear Kursk-2.
Apoios e negociações
Os Estados Unidos continuam à espera que a Rússia apresente dentro de alguns dias uma proposta de cessar-fogo na Ucrânia, disse esta terça-feira o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio. Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Moscovo de "tentar ganhar tempo".
Rubio disse hoje que Putin e o chanceler russo, Serguei Lavrov, informaram que vão apresentar nos próximos dias os seus próprios termos para avançar em direção a um cessar-fogo. Segundo o secretário de estado americano, esse cronograma surgiu da conversa telefónica da véspera entre Putin e Donald Trump.
Os russos vão oferecer "condições gerais que nos permitam avançar em direção a um cessar-fogo, para que, em seguida, possamos iniciar negociações detalhadas para encerrar o conflito", disse Rubio. "Acreditamos que o plano que os russos elaborarem nos dirá muito sobre as suas verdadeiras intenções."
Zelensky, no entanto, acusou Moscovo de procrastinação. "É evidente que a Rússia tenta ganhar tempo para prosseguir com a sua guerra e ocupação", publicou nas suas redes sociais.
O telefonema entre Trump e Putin não resultou num anúncio de cessar-fogo, apesar das demandas de Kiev e de líderes europeus. Perante outro comité do Senado, Rubio afirmou que Washington não fez "a menor concessão" a Moscovo, e disse que Trump decidiu não ameaçar os russos com sanções, sob pena de "deixarem de dialogar".
Nas redes sociais, Zelensky voltou a pedir um cessar-fogo e uma "diplomacia honesta", após uma conversa telefónica com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
No momento, Ucrânia e Rússia têm visões opostas: Kiev pede "um cessar-fogo incondicional" de 30 dias para permitir as negociações de paz, e Moscovo acha que as negociações devem acontecer "simultaneamente" com os combates.
Novas sanções
A Ucrânia e os seus aliados na Europa querem que os Estados Unidos imponham novas sanções à Rússia caso aquele país não concorde com um cessar-fogo incondicional na Ucrânia.
Washington "já anunciou que, se a Rússia não concordar com um cessar-fogo incondicional, haverá consequências. Queremos ver essas consequências da parte dos Estados Unidos", disse em Bruxelas a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.
Zelensky reiterou nesta semana que a Ucrânia e os seus aliados precisam se esforçar para convencer Trump sobre a necessidade de impor mais sanções.
A UE aprovou nesta terça-feira o 17º pacote de restrições financeiras contra a Rússia, uma série de medidas direcionadas especificamente contra os navios que Moscovo usa para burlar as sanções, denominados "frota fantasma".
O Reino Unido também anunciou mais sanções, direcionadas contra essa frota usada pela Rússia para exportar os seus hidrocarbonetos.
Desde o início do conflito, Putin estreitou as relações com a China e também ampliou o comércio de petróleo com a Índia, resistindo às sanções.
A China, que tem sido um apoio crucial para Moscovo, afirmou nesta terça-feira que apoia um diálogo e negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia.
Pequim espera "que as partes envolvidas continuem o diálogo e a negociação para alcançar um acordo de paz justo, duradouro e vinculante, aceitável para todas as partes", declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.
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