"Há um sentimento de instabilidade e alguma ansiedade, por receio do que possa acontecer. Contudo, e com base na informação do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) não há nenhum motivo para que as pessoas não façam a sua vida com normalidade", descreveu à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Velas, Luis Silveira.
Segundo o autarca, "quer o município, como a Proteção Civil açoriana, e todas as entidades, têm apelado para que a população se mantenha calma" e para que siga as informações e recomendações divulgadas pelas autoridades.
"Claro que a situação cria ansiedade, mas não há motivo que leve a alarmismos, para já. assiste-se a uma tranquilidade dentro do que é possível", referiu ainda Luís Silveira.
No concelho da Calheta, o sentimento é também de "calma" e "tranquilidade" entre a população, que "não deixa de acompanhar" a situação, descreveu à Lusa o presidente da autarquia, Décio Pereira.
"É uma situação que deixa a população apreensiva. Mas, estamos calmos, tranquilos e continuamos de forma serena a fazer as nossas vidas", disse o presidente da Câmara Municipal da Calheta.
O autarca acrescentou que o município está "em permanente contacto com a Proteção Civil.
Em declarações à Lusa, esta manhã, o presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) revelou que a atividade sísmica na ilha de São Jorge, nos Açores, se mantém “acima dos valores de referência".
"A atividade sísmica que o CIVISA tem vindo a registar no sistema vulcânico fissural de Manadas desde as 16:05 do dia 19 de março (sábado) mantém-se acima dos valores de referência", explicou Rui Marques, referindo que, neste momento, "ainda não é possível saber o padrão de comportamento desta crise sísmica".
O mais recente comunicado do CIVISA informa que, às 14:12 locais (15:12 em Lisboa) foi registado "um evento com magnitude 2,3 na escala de Richter e epicentro a cerca de 1 quilómetro da Beira", concelho de Velas, na ilha São Jorge.
"De acordo com a informação disponível até ao momento o sismo foi sentido com intensidade máxima III (Escala de Mercalli Modificada) na freguesia de Velas (concelho de Velas)", lê-se no comunicado.
"Neste momento, temos pouco mais do que 24 horas de crise sísmica. Estamos a acompanhar a situação, mas ainda é muito cedo para termos uma ideia do padrão que esta crise está a seguir", explicou o presidente do CIVISA.
Rui Marques lembrou que, no domingo, seguiram de São Miguel para a ilha de São Jorge quatro técnicos do CIVISA com "a finalidade de aumentar a capacidade de monitorização no local" da crise sísmica, que ocorre numa zona entre a vila das Velas, na zona sul da ilha, e a Fajã do Ouvidor, na costa norte.
O responsável sublinhou que "o único parâmetro que está fora do normal, neste momento, é a sismicidade".
"Neste momento a nossa preocupação com este sistema é a mesma preocupação que devemos ter com qualquer sistema vulcânico ativo. Temos um sistema vulcânico ativo que neste momento tem uma crise sísmica. Vamos continuar a monitorizar", frisou.
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