“Antecipamos a manifestação para dia 13, porque está a haver alguma tentativa de condicionar a participação, quer pelo jogo do Benfica [que defronta o Dínamo de Zagreb para a Liga Europa], quer por outras ações que a PSP está a desenvolver para esse dia”, como audiências em tribunal, adiantou à Lusa fonte da organização do protesto, que prefere não ser identificada.
Estas situações já motivaram alterações de escalas e suspensões de folgas marcadas para esse dia, acrescentou a mesma fonte, que prejudicariam a participação na manifestação.
O protesto decorre, assim, no dia 13, à mesma hora, prevendo-se uma concentração de polícias às 17:30 frente à Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), seguida de um desfile até ao Ministério da Administração Interna (MAI), em Lisboa.
Só dia seguinte, será entregue no MAI um documento reivindicativo, apenas por dirigentes sindicais, que no exercício dessas funções se vão dirigir ao ministério pelas 15:00, explicou a fonte da organização.
“Nunca entregaríamos o memorando fardados”, disse.
O protesto de dia 13 será, na sua opinião, “um importante passo que os polícias dão para demonstrar que não estão contentes pela forma como estão a ser tratados e, mais do que isso, pela forma como estão a ser ignorados”.
Os sindicatos da polícia não são chamados para reuniões negociais no MAI desde o verão passado, referiu.
Os sindicatos da PSP decidiram no final de janeiro "por uma grande maioria” de estruturas sindicais realizar em 14 de março uma manifestação de polícias fardados, data agora antecipada um dia.
Fonte sindical adiantou na altura à Lusa que, como já aconteceu em outras ocasiões, a maioria dos 16 sindicatos da PSP decidiu juntar-se num protesto comum para “recuperação dos 12 anos em que tiveram as carreiras congeladas" (entre 01 setembro 2005 e 31 dezembro 2017), pelo “direito a um regime de aposentação e pré-aposentação” e pelo “direito a subsídio de risco”, entre outras reivindicações.
A manifestação começará com uma concentração em frente à Direção Nacional da PSP, na Penha de França, e seguirá para o Terreiro do Paço, passando pela rua Marquês da Silveira, avenida Almirante Reis, praça do Martim Moniz, praça da Figueira, rua da Prata e praça do Comércio, onde se situa o MAI.
Numa nota enviada à agência Lusa, um dos sindicatos que vai integrar a manifestação/desfile explica que esta “não será encabeçada por nenhum sindicato ou representante sindical, sendo o protesto, como o nome diz, uma ‘manifestação de polícias’, nem contará com faixa ou bandeiras de algum sindicato”.
A Associal Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), por seu lado, já disse que deixará ao critério de cada agente a decisão de participar fardado ou não na manifestação.
Um protesto semelhante só tinha acontecido na polícia em 1989, numa manifestação de agentes fardados que ficou conhecida como “Secos e Molhados”, pelo facto de as autoridades de serviço terem tentado desmobilizar o protesto dos polícias com recurso a canhões de água.
Comentários