A Polícia Metropolitana do Distrito Federal de Washington admitiu na quarta-feira ter usado gás pimenta contra os manifestantes, alguns dos quais foram detidos por agressão a um agente das forças de segurança e por entrada ilegal no campus da universidade.
A presidente da câmara municipal de Washington, a democrata Muriel Bowser, indicou que a autarquia e a polícia decidiram desmantelar o acampamento após sinais de que “o protesto estava a tornar-se mais volátil e menos estável”.
Havia indícios de que os manifestantes tinham “reunido armas improvisadas” e estavam “a rondar” edifícios universitários com a possível intenção de os ocupar, disse a chefe da Polícia Metropolitana, Pamela Smith.
A universidade disse que protege a liberdade de expressão, mas defendeu que “o acampamento evoluiu para uma atividade ilegal, com os participantes em violação direta de múltiplas políticas universitárias e regulamentos municipais”, de acordo com um comunicado.
Mais tarde, a administração disse que a instituição tinha retomado as atividades de forma normal, após uma “operação ordenada e segura” para dispersar os manifestantes.
“Esta foi uma tentativa explícita de reprimir os estudantes que exercem os direitos” de expressão, disse a deputada democrata Rashida Tlaib, numa conferência de imprensa com cinco estudantes que tinham sido detidos.
“Aqueles que se recusam a parar o genocídio em Gaza pensam que podem fugir desta situação com detenções e violência”, lamentou outra deputada democrata Cori Bush.
A porta-voz da Casa Branca disse que o Presidente norte-americano, Joe Biden, acredita que o direito à dissidência é “fundamental (…), mas não pode levar à desordem e violência, ameaças, vandalismo, invasão e/ou encerramento de campus”.
“Os estudantes têm o direito à segurança, e o antissemitismo é repugnante”, acrescentou Karine Jean-Pierre.
Desde 18 de abril, cerca de 2.800 pessoas foram detidas em 50 espaços universitários dos Estados Unidos, de acordo com dados avançados pela agência de notícias norte-americana Associated Press, com base em declarações de universidades e autoridades locais.
Os manifestantes protestam contra o apoio dos EUA à ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza e exigem às universidades que cortem qualquer relação com instituições ligadas a Telavive.
Estas manifestações pró-palestinianas e para exigir o fim do conflito em Gaza têm sido replicadas por todo o mundo, incluindo em vários países europeus, nomeadamente em Portugal, no Canadá, na América Latina e na Austrália.
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