"E também algo que estamos a ver é que os gestores do território mexem-se pouco. Aparentemente, são todos a favor da nossa iniciativa, mas depois mexem-se pouco. Estou a referir-me às câmaras. No geral, todos apoiam a nossa iniciativa, mas depois não se expõem, na hora da exposição não estão lá", afirmou José Gameiro, da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), uma das várias entidades que integra a Plataforma.
Este responsável, que falava aos jornalistas no início de mais uma marcha lenta de protesto contra as portagens, entende que era importante a presença dos municípios e das comunidades intermunicipais nas iniciativas da Plataforma.
"Eu acho que era importante, porque eles têm um papel muito importante junto do Governo, a primeira voz da região junto do Governo são as autarquias e as comunidades intermunicipais", sustentou.
O presidente da AEBB disse ainda que é preciso perceber o que é que vai acontecer relativamente àquilo que tem sido anunciado, nomeadamente os descontos.
"Já ouvimos tanta coisa, que é ver para crer. O facto de serem anunciados descontos e são sempre bem-vindos, não satisfaz a região. A região precisa de mais, estes territórios de baixa densidade e as pessoas precisam de mais", frisou.
Falou ainda do conjunto de medidas anunciadas recentemente pela Plataforma, que incluem, além desta marcha, um debate agendado para o dia 27.
"Nós já podíamos ter tomado medidas drásticas, não digo violentas, mas de outra índole, mas isso seria o último recurso. Queremos acreditar que isto não se faz de um dia para o outro. Mas queremos debater esta temática de uma forma aberta e franca", defendeu.
José Gameiro recordou que os municípios não têm estado presentes nas iniciativas anteriores da Plataformas, mas mostrou-se otimista que irão marcar presença nas outras iniciativas
Questionado sobre a leitura que faz da postura das autarquias, disse que fica um pouco na expectativa, uma vez que se aproxima um ano de eleições.
"Acho que está tudo um pouco nessa expectativa ou de não ferir suscetibilidades ou de não acreditar no tema ou de, queremos crer que não, ter medo. Bom, mas quem é que defende as regiões? Quem é que tem que defender as empresas e a região? Somos nós que estamos cá. Isto não se trata de maltratar ninguém, nem de fazer guerra a ninguém. É a defesa de uma causa que acho que é justa e de certeza que se estivessem aqui os gestores do território, teria outro peso, claro que sim", concluiu.
A Plataforma de Entendimento para a Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
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