“Ontem (quinta-feira), observou-se que o ADF tinha passado por aqui. Foi enquanto os perseguia que o exército encontrou pelo menos 25 corpos de civis mortos, surpreendidos nos seus campos na noite de Ano Novo”, disse Donat Kibuana, administrador do território do Beni, citado pela agência France-Presse (AFP).
Outras fontes locais apontam que o número de mortos é de “pelo menos 30″.
“As pessoas foram para os campos para se prepararem para a passagem de ano, o ADF apanhou-as uma a uma. O número de mortos é de pelo menos 30 pessoas”, disse Bravo Mohindo Vukulu, presidente de uma rede de organizações da sociedade civil em Tingwe, local do massacre.
“Tínhamos alertado as nossas forças de que o ADF tinha atravessado de leste para nordeste de Eringeti, mas não reagiram rapidamente”, acrescentou Mohindo Vukulu.
Trata-se do segundo ataque atribuído ao ADF em poucos dias depois de durante a noite de terça para quarta-feira “pelo menos três civis e um soldado” terem sido mortos pelo ADF na área de Mutwanga, segundo Donat Kibwana, administrador do território de Beni.
“Os assaltantes saquearam e incendiaram algumas casas, levando várias pessoas, e pedi aos chefes locais que fizessem um censo da população para ter uma avaliação provisória” deste ataque, acrescentou.
Desde finais de novembro, os ataques do ADF têm-se deslocado do extremo norte para a região do Sudeste onde se localiza o Parque Virunga, uma joia natural turística e zona protegida.
O ADF surgiu no Uganda e é composto por rebeldes muçulmanos ugandeses que vivem no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) desde 1995. Há anos que não atacam no Uganda.
O ADF é o mais mortífero das dezenas de grupos armados ainda ativos no leste da RDCongo e, desde outubro de 2014, cometeram uma série de massacres na região de Beni e arredores, matando mais de 1.000 pessoas.
O exército está a conduzir operações militares na região, mas não tem conseguido parar os massacres.
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