Segundo indicou num comunicado a organização não-governamental iraniana, as 249 execuções registadas incluem as de 147 pessoas condenadas por crimes relacionados com drogas e 86 outras por crimes de homicídio, a maioria delas do sexo masculino.
Segundo os dados da IHRNGO, 10 mulheres foram executadas, o mesmo sucedendo a 35 membros do povo Baloch, residentes no Baluchistão, além de 15 cidadãos afegãos.
Em comparação com os primeiros seis meses de 2023, o número de execuções no Irão diminuiu 30% em 2024, algo com que a IHRNGO não vê com otimismo, uma vez que “a análise do comportamento passado” do regime de Teerão “mostra que pode haver sempre vagas de execuções após as eleições”, afirmou a organização com sede em Oslo, capital da Noruega.
A 04 de abril deste ano, também num comunicado, a Amnistia Internacional (AI) destacou que as prisões iranianas tornaram-se verdadeiros “locais de massacre” no ano passado, com 853 execuções, o número mais elevado desde 2015, sendo que mais de metade está associada a crimes relacionados com drogas.
O número de execuções em 2023 é o mais elevado desde 2015 e marca um aumento de 48% em relação a 2022 e de 172% em relação a 2021, relatou a AI, que apelou à comunidade internacional para tomar medidas para “pôr fim à terrível onda de execuções”.
Até ao fim de março deste ano, adiantou então a AI, foram registadas 95 execuções.
Hoje, as organizações não-governamentais Hengaw (baseada na Noruega) e Human Rights Activists News Agency (EUA) denunciaram que uma sindicalista ligada a um partido curdo proibido no Irão, detida em dezembro, foi condenada à morte.
Sharifeh Mohammadi foi considerada culpada de rebelião e condenada à morte pelo Tribunal Revolucionário de Rasht, a principal cidade da província de Gilan, no norte do Mar Cáspio.
Mohammadi é acusada de ser membro do partido separatista curdo Komala, que está proibido. A Hengaw afirma que, durante a detenção, a ativista foi sujeita a “tortura física e mental” por agentes dos serviços secretos.
Uma fonte próxima da família afirmou que Hengaw era membro de um sindicato local mas que “não tinha nada a ver com o Komala”.
O Centro Abdorrahman Boroumand, uma ONG que defende os direitos dos iranianos, afirmou que a condenação estava relacionada com “o seu papel num sindicato independente”.
“Esta sentença extrema põe em evidência a feroz repressão da dissidência no Irão, em especial contra os ativistas sindicais numa altura de crise económica”, acrescentou.
A IHRNGO refere-se ao processo eleitoral através do qual os iranianos são chamados sexta-feira às urnas na segunda volta das eleições presidenciais, boicotadas pela oposição e organizadas após a morte de Ebrahim Raisi num acidente de helicóptero.
Os iranianos vão escolher entre duas visões opostas do Irão, a representada pelo moderado e reformista Masoud Pezeshkian, que pretende uma abertura do país, e a do ultraconservador Saeed Jalili, que se opõe ao Ocidente.
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