Num comunicado citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press, o Foro de ONG de Direitos Humanos do Zimbabué indica igualmente que no mesmo contexto mais de 240 pessoas foram alvo de “agressão, tortura, tratamento desumano e degradante” e 466 foram detidas arbitrariamente ou de um modo que a coligação designa de “transgressões em massa”.
Segundo o Foro, até crianças de nove anos terão sido torturadas quando as forças de segurança entraram em habitações.
A coligação considera ainda “lamentável” que o Governo do Zimbabué esteja a responsabilizar os líderes da sociedade civil por alguns dos piores distúrbios do país em vários anos.
A diretora executiva do Foro, Blessing Gorejana, disse à agência noticiosa espanhola EFE que a maioria dos mortos foi atingida a tiro e o seu número pode aumentar.
De acordo com a ONG Médicos do Zimbabué pelos Direitos Humanos, pelo menos 172 pessoas foram tratadas em instalações médicas esta semana, 68 das quais com ferimentos de balas.
No passado sábado, o Presidente, Emmerson Mnangagwa, anunciou um aumento do preço do litro da gasolina de 1,38 para 3,31 dólares, mais do duplicando o seu custo.
A Confederação Sindical do Zimbabué convocou uma greve de três dias, que começou na segunda-feira seguinte, e os zimbabueanos vieram para as ruas manifestar-se contra a decisão e a crise económica que afeta o país.
Entre os detidos está um padre e proeminente ativista e crítico zimbabueano, Evan Mawarire, preso na quarta-feira na sua casa, na capital, Harare, por “incitação à violência” através das redes sociais e por “subversão”. A justiça decidiu hoje que continuará detido até 31 de janeiro.
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