Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, disse que a decisão final vai ser tomada na próxima reunião do executivo, na quinta-feira.
"Estou a pensar em cancelar algumas atividades, como o fogo-de-artifício. Temos já alguns contratos feitos para o Dia do Concelho. Eu, pessoalmente, estou a pensar em fazer talvez um espetáculo de homenagem [às vítimas] (...). Ainda não decidi. Quero decidir com os colegas da vereação e com as juntas de freguesia", sustentou.
O autarca adiantou que no Dia do Concelho vai ainda manter, além das cerimónias oficiais, a Feira de S. Tiago e a Expoarte, mas até lá quer ainda "ver os sentimentos do povo".
"Acho que não devemos estar em festa, como costumamos fazer. Temos o luto e considero que o vamos prolongar. A bandeira continua a meia haste", disse.
Já em relação às festas de verão nas três freguesias do concelho, Pedrógão Grande, Graça e Vila Facaia, disse que cada um dos autarcas responderá pelo seu território e devem decidir.
À agência Lusa, o presidente da junta de freguesia de Vila Facaia, José Henriques, confirmou que os festejos, que deviam decorrer agora no São João, foram cancelados, sendo que também a autarquia da Graça, liderada por Joaquim Baeta, optou por cancelar as festas de verão.
O presidente da junta de freguesia de Pedrógão Grande, Pedro Nunes, disse que, por ele, também vai cancelar as tradicionais festas de verão, mas adiantou que antes de tomar uma decisão final quer auscultar o presidente do município.
Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos, tendo obrigado à mobilização de mais de dois milhares de operacionais.
Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram um total de cerca de 50 mil hectares de floresta [o equivalente a 50 mil campos de futebol] e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.
O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.
As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.
O incêndio que teve início no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, atingiu também Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. Ficou dominado na manhã de quinta-feira.
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