“A contagem de tempo tem que ser para todos”, afirmou, por duas vezes, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas, quando foi saudar a manifestação convocada pela CGTP para a avenida da Liberdade, em Lisboa, em defesa da valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Para Jerónimo de Sousa, “é inevitável, para se criar justiça” que outros setores da função pública venham a ter o mesmo tipo de benefício, dando como exemplo as forças policiais, os enfermeiros, médicos, magistrados ou funcionários judiciais.
Os efeitos desta medida devem fazer-se sentir já “em 2018”, mas isso “não dispensa a negociação com os sindicatos”, afirmou o líder comunista enquanto, uns passos à frente, desfilavam centenas de pessoas provenientes um pouco de todo o país.
O compromisso entre sindicatos de professores e o Governo prevê a recuperação do tempo de serviço dos docentes e o início da reposição salarial ainda na presente legislatura, prevendo-se, segundo o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, “que o encerramento desta recuperação seja na legislatura seguinte, até para não ser um prazo muito largo”.
Os sindicatos saíram satisfeitos da maratona negocial de mais de dez horas com o Governo, mas sem dar nada por garantido, insistindo que “tudo se joga” nas negociações que arrancam a 15 de dezembro e que vão regulamentar muitas das matérias que constituem as principais reivindicações dos docentes.
O líder comunista desvalorizou a “afirmação genérica” do ministro das Finanças, Mário Centeno, sexta-feira, no parlamento, ao dizer que não aceitaria propostas que pusessem em causa o rigor das contas públicas.
”Nós também valorizamos muito o acerto das contas públicas, mas valorizamos mais a justiça que é devida a muitos trabalhadores”, disse.
[Notícia atualizada às 17:14]
Comentários