“É perante este caminho, estas opções, que o PS mostra bem ao que vem e porque é que fez tudo para eleições antecipadas, porque se queria libertar de constrangimentos que nós causávamos e, dessa forma, começar os constrangimentos para com o nosso povo”, afirmou.
Paulo Raimundo falava na Covilhã na sessão de encerramento da XII Assembleia da Direção Regional do Partido Comunista Português (PCP) de Castelo Branco, que decorreu com o lema “Tomar Iniciativa, Reforçar o Partido, Lutar pelo Desenvolvimento do Distrito”.
Durante a intervenção, o líder comunista frisou vários dos problemas que considera que afetam o povo e destacou que o PCP tem propostas para cada um desses problemas. Todavia, vincou, estas são rejeitadas pelo PS, como aconteceu com cerca de 400 propostas apresentadas em sede do Orçamento do Estado para 2023.
“Todas elas são recusadas pelo PS, o mesmo PS que pediu mãos livres para governar sem constrangimentos. Está bom de se ver para quê”, afirmou.
Entre os exemplos da política que está a ser seguida pelo PS, o secretário-geral do PCP apontou o acordo assinado em concertação social e que, para Paulo Raimundo, representa um “corte nos salários” porque, na prática, fixou um teto máximo de 5,1% para os aumentos.
Sublinhando que o acordo foi aplaudido “pelos patrões dos patrões”, também fez questão de garantir que os salários não são determinados apenas pela “vontade do patronato” e prometeu que será mantida a “luta justa e cada vez mais necessária” para determinar o valor final dos salários.
Na lista de situações, juntou ainda a questão dos ‘vistos gold’ e o facto de o PS ter prometido acabar com esta medida, tendo depois votado contra a proposta do PCP, bem como a rejeição da proposta para fixar o aumento máximo das portagens.
“Um PS que também afirmou, não há muito tempo, pela voz dos seu secretário-geral, com alguma peitaça e determinação, que era só o que faltava as portagens aumentarem 10%”, acrescentou.
Paulo Raimundo considera que estes casos mostram o que classificou de política de constrangimentos para o povo, tendo reiterado que o PCP “não vai baixar os braços” e continuará a lutar por uma alternativa.
“Desengane-se o PS se pensa que vai ficar a implementar a sua política, as suas opções, de forma tranquila. Se os grandes grupos económicos estão descansados com este Governo, os trabalhadores, as populações, os reformados, os pequenos e médios empresários, a juventude têm razões de sobra para se fazerem ouvir”, acrescentou.
Saudando o exemplo que encontrou hoje, também deixou um claro apelo à mobilização: “Vamos à conversa, vamos ao esclarecimento, vamos ao convencimento, vamos à iniciativa. Vamos somar mais e mais força e, naturalmente, ganhar mais gente para o nosso partido e recrutá-los. Vamos integrá-los no nosso trabalho, dar-lhes tarefas, responsabilizá-los também por este intenso trabalho de contacto que temos pela frente”.
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