“Os números que são adiantados sobre 9,1% de inflação ocultam aquilo que são os valores reais que nós encontramos nas despesas do dia-a-dia, nos combustíveis, na alimentação, na habitação, são aumentos de preço que são incomportáveis para quem trabalha”, sustentou o deputado comunista Bruno Dias, numa declaração divulgada aos órgãos de comunicação social.
O dirigente comunista acrescentou que a inflação registada “não cai do céu, não é um azar”, mas é resultado do “aproveitamento pelos grupos económicos da guerra, das sanções, da crise económica”.
Na ótica do partido, a única maneira de contrariar esta tendência é através do aumento dos salários e das pensões, como única maneira de “repor o poder de compra para quem trabalha”.
Esta medida, a par com o controlo de preços em bens essenciais, é a única forma de impedir “este descontrolo” em que “alguns estão a ganhar à custa de quase todos”, completou o Bruno Dias.
Desde o início deste ciclo de inflação que o PCP advoga a necessidade de aumentar os salários e as pensões e argumenta que as atualizações inscritas no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) estão desfasadas da realidade.
Na Assembleia da República o partido também apresentou projetos-lei no sentido de fixar preços máximos na aquisição de combustíveis, nas eletricidade e nos gás, e em bens essenciais.
Contudo, todas as propostas neste sentido foram chumbadas.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 9,1% em julho, face aos 8,7% de junho, o valor mais alto desde novembro de 1992, estimou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo instituto estatístico, “tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 9,1% em julho (8,7% em junho)”.
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