O coordenador da ASP/GNR para a região Sul, António Barreira, lamentou as “tentativas de agressão” a dois militares da GNR do posto de Moncarapacho, no concelho de Olhão (distrito de Faro), depois de se terem deslocado a um bairro da cidade algarvia para devolver um documento que fora encontrado. Os militares, acrescentou, depararam-se com “jovens em agressões” e, ao tentarem pôr cobro à situação, ficaram cercados.

O incidente deu-se cerca das 22:00 e a patrulha da GNR foi depois apoiada pelas equipas da PSP de Olhão, força que tinha a jurisdição na área da ocorrência, esclareceu o dirigente da associação profissional à agência Lusa, lamentando que uma “atitude honrosa” dos militares tenha desembocado numa “situação que demonstra a falta de respeito para com a autoridade”.

A Lusa questionou a PSP sobre o incidente e o comissário do Comando Distrital de Faro Hugo Marado disse que uma patrulha da GNR se deslocou à área da PSP, na cidade de Olhão, para “uma diligência, supostamente a entrega de um documento achado”, mas “apercebeu-se de agressões de dois ou três indivíduos a um outro, tendo essa vítima pedido ajuda quando avistou o carro da GNR”.

“Tentaram prestar auxílio e surgiram 20 a 25 pessoas que os cercaram, quase que em apoio aos agressores, forçando-os a realizar quatro disparos para o ar. Ainda houve um militar agredido e isso fez espoletar o nosso pedido de apoio”, contextualizou o comissário da PSP, precisando que nenhum elemento policial precisou de ser assistido.

Como a PSP tinha perto duas patrulhas e uma equipa do corpo de intervenção, a participar numa fiscalização ao cumprimento das restrições associadas à pandemia de covid-19, deslocou-se para o local “para dispersar” o grupo e os agentes foram “recebidos à pedrada”, contou o comissário, reportando ter havido um veículo policial que ficou danificado.

Hugo Marado referiu também que foram “detidos dois indivíduos que tinham estado no cerco à GNR”, pai e filho, ambos já referenciados pelas autoridades.

O coordenador da ASP/GNR criticou a falta de apoio que os militares da GNR sentem na sua missão, que “já está a causar o descrédito” da população na sua capacidade para resolver conflitos.

O representante pediu à tutela soluções para os profissionais da guarda fazerem o seu trabalho “com confiança e sem preocupação de serem criticados e alvos de processos disciplinar, caso tenham de recorrer a medidas ‘mais musculadas’” para repor a ordem, e “sem receio de ficarem feridos e terem de pagar a sua taxa moderadora” ao serem assistidos no hospital.

O dirigente associativo pediu ainda uma maior penalização dos agressores das forças de segurança quando estão no cumprimento da sua missão.