A operação denominada “Falso Profeta” é realizada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que cumpre dois mandados de prisão preventiva e dezesseis mandados de busca e apreensão, para “combater organização que atua na prática de estelionato e outros crimes no Distrito Federal e em várias outras unidades da federação [do Brasil].”
Segundo um comunicado emitido pelas autoridades da polícia, a investigação aponta que os suspeitos formam “uma rede criminosa organizada” que era especializada em “diversos crimes como falsidade ideológica, branqueamento de dinheiro, sonegação fiscal e estelionatos por meio de redes sociais (fraude eletrónica)”.
Os pastores acusados teriam obtido vantagem económica em prejuízo de milhares de vítimas no Brasil e no exterior, induzidas a “investirem quantias em dinheiro com a promessa de recebimento futuro de valores milionários”.
Segundo a polícia, os suspeitos usavam uma teoria conspiratória conhecida como Nesara Gesara, “para convencer as vítimas, a maioria evangélicas, a investirem as suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias, com promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica”.
Esta é considerada a maior operação do género no Brasil, uma vez que foram constatadas, como vítimas, pessoas de diversas camadas sociais e localizadas em quase todas as unidades da federação, estimando-se mais de 50.000 vítimas.
De acordo com a investigação, iniciada há cerca de um ano, o grupo é composto por cerca “de 200 integrantes, incluindo dezenas de lideres evangélicos, que induzem e mantêm em erro as vítimas, normalmente fiéis que frequentam as suas igrejas, para acreditar no discurso de que são pessoas escolhidas por Deus para receber a ‘Benção’, ou seja, as quantias milionárias”.
Entre as condutas apuradas está a alegada criação de empresas “fantasma” simulando instituições financeiras digitais com alto capital social declarado, com intenção de dar aparência de veracidade e legalidade às operações financeiras.
Segundo a CNN Brasil, os suspeitos também espalhavam notícias falsas e usavam o nome do ex-ministro da Economia Paulo Guedes para aplicar “golpes milionários” em fiéis das igrejas.
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