Os órgãos máximos do partido analisam hoje os resultados das autárquicas, os piores de sempre do partido em número de câmaras. A comissão permanente – núcleo duro da direção – reuniu-se de manhã, a comissão política a partir das 16h00 e o Conselho Nacional, órgão máximo entre Congressos, irá reunir-se pelas 21h00, num hotel em Lisboa.
Passos Coelho reiterou no domingo que não se iria demitir na sequência de resultados de eleições locais, mas prometeu uma “reflexão ponderada” sobre se iria ou não recandidatar-se ao cargo nas diretas previstas para o início do próximo ano. A decisão é agora conhecida.
De acordo com os resultados finais divulgados pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o PSD vai liderar 98 câmaras (79 conquistadas sozinho, 19 em coligação), uma perda de oito autarquias em relação a 2013, que já tinha sido o pior resultado de sempre do partido em autárquicas. Há quatro anos, o PSD tinha conseguido a presidência de 86 câmaras sozinho e mais 20 em coligação, num total de 106.
Avança a RTP também esta terça-feira que o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Rio se vai candidatar à liderança do PSD, estando já a consultar notáveis social-democratas. A decisão de Rio, segundo a televisão, deverá ser anunciada na próxima semana.
Da JSD à liderança do partido
Pedro Passos Coelho tem 53 anos, é formado em economia e está à frente do PSD desde 26 de março de 2010, tendo sido reeleito em 2012 e 2014, sem nunca ter tido oposição interna organizada. Passos Coelho decide agora não se recandidatar depois de resultados duros para o partido nas Autárquicas deste domingo, 1 de outubro.
Pedro Manuel Mamede Passos Coelho nasceu em Coimbra a 24 de julho de 1964, filho de um médico transmontano e de uma enfermeira do Baixo Alentejo, que se conheceram na Estância Sanatorial do Caramulo.
Do Caramulo, a família mudou-se para Angola, onde Passos Coelho viveu parte da infância, regressando a Portugal depois do 25 de Abril de 1974, para a terra dos avós paternos, Valnogueiras, no concelho de Vila Real.
Após exercer os cargos de secretário-geral e vice-presidente da JSD, entre 1984 e 1990, foi presidente da organização de juventude do PSD em dois mandatos consecutivos, de 1990 a 1995, em pleno "cavaquismo".
Sem nunca ter exercido qualquer cargo governativo, esteve no Parlamento de 1991 a 1999, como deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.
Depois de ter sido derrotado em 2008 por Manuela Ferreira Leite, foi eleito presidente do PSD nas diretas de 26 de março de 2010, que venceu com 61 por cento dos votos, derrotando Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros.
Pedro Passos Coelho exerceu o cargo de primeiro-ministro de Portugal entre 2011 e 2015, sendo afastado de um segundo mandato após o derrube do executivo PSD/CDS-PP na Assembleia da República pelos socialistas, BE, PCP, PEV e PAN, através da aprovação de uma moção de rejeição.
Casado pela segunda vez, pai de três filhas, Passos Coelho assume-se como um amante de música, tem voz de barítono e chegou a ter aulas com uma professora do Conservatório e até a inscrever-se num 'casting' para um musical de Filipe La Féria.
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