“Não é por falta de estabilidade que não se fez a descentralização. Não foi por falta de estabilidade que não avançaram reformas importantes para o país […] Porque é que apesar de o Governo ter estabilidade, o Governo não está à altura das expectativas do país e das expetativas que ele próprio gerou”, afirmou Pedro Passos Coelho.
O líder do PSD, que discursava durante a apresentação dos candidatos às juntas e câmara de Valpaços, considerou que “teria sido bom que a promessa da descentralização se pudesse ter efetivado em quase dois anos de legislatura”.
Uma promessa que, segundo Pedro Passos Coelho, foi “adiada porque o Governo não fez o trabalho de casa”.
O líder social-democrata apontou ainda o dedo “às inconsistências” e a “uma certa perseguição ideológica” contra aqueles que, “não sendo Estado, desenvolvem serviço público para benefício das populações”.
“Quantos hospitais de misericórdias e quantas instituições ligadas à sociedade civil têm hoje a oposição do Governo e a oposição da maioria que o sustenta no Parlamento, que não gosta de apoiar aquilo que não controla, aqueles que não nomeiam, aqueles, no fundo, que são independentes e autónomos face ao Governo”, sublinhou.
Passos Coelho considerou que o país ainda “está a viver à conta” das reformas que o Governo PSD-CDS fez no passado e da conjuntura favorável que se vive hoje na Europa.
“Basta olhar para os últimos meses para ver que, quando não há boas notícias, o Governo desaparece e não tem força anímica para enfrentar dificuldades e para dar uma orientação para futuro”, referiu.
Passos Coelho acredita que os próximos dois anos da atual legislatura “não serão de instabilidade” mas teme que possam ser anos de oportunidades perdidas.
“Se continuarmos a deitar pela janela fora as boas oportunidades que passam à nossa porta, não precisámos de novos resgates, […] mas não estaremos na competição com os outros a fazer o que é preciso para que os portugueses possam viver melhor”, salientou.
O presidente do PSD falou ainda sobre a Grécia, para lembrar que só agora este país, que pediu o resgate um ano antes de Portugal, está a começar a fazer os procedimentos para se ver livre da 'troika', um trabalho que Portugal fez em 2013.
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