Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, principal partido da oposição ao Governo conservador de Boris Johnson, convocou hoje uma reunião com líderes de outros partidos, para explorar propostas para bloquear um cenário de ‘Brexit’ sem acordo.
Entre os dirigentes reunidos estiveram Jo Swinson, líder do Partido Liberal Democrata, Ian Blackford, líder do Partido Nacionalista Escocês em Westminster, Anna Soubry, do Independent Group for Change, e Liz Saville-Roberts, do Welsh Plaid Cymru.
Num comunicado conjunto emitido no final da reunião, os líderes partidários descreveram a reunião como “produtiva, tendo permitido definir formas para impedir uma saída desastrosa sem o acordo da União Europeia”.
Os líderes concordaram em dar prioridade a votar legislação no Parlamento que impeça uma saída sem acordo, mesmo antes de uma eventual moção de censura ao Governo de Boris Johnson, como é intenção do Partido Trabalhista.
Os dirigentes também criticaram as alegadas intenções do primeiro-ministro conservador de suspender o Parlamento por algumas semanas, a fim de impor um ‘Brexit’ sem acordo, com Jeremy Corbyn a dizer que se Boris Johnson o fizer incorrerá “no mais grave abuso de poder e ataque contra o princípio constitucional britânico, de que há memória”.
Os dirigentes disseram, no comunicado conjunto, que sentem que o primeiro-ministro estará disposto a utilizar “meios antidemocráticos” para impor a saída sem acordo.
Os líderes dos partidos reunidos também “concordaram com a urgência de agir juntos para encontrar maneiras práticas de evitar um acordo sem saída, incluindo a possibilidade de aprovar legislação e (pedir) um voto de confiança”.
Boris Johnson participou neste fim de semana na cimeira do G7, em Biarritz (França), durante o qual admitiu que a possibilidade de uma saída sem acordo da União Europeia antes de 31 de outubro – prazo oficial para executar o ‘Brexit’ – é agora “incerta”.
Johnson prometeu que o Reino Unido sairá da União Europeia no final de outubro, com ou sem acordo.
O líder do Partido Brexit, liderado pelo eurodeputado Nigel Farage, disse hoje que está disposto a assinar um “pacto de não-agressão” com o Partido Conservador de Johnson, se este se comprometer a conseguir uma saída sem acordo.
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