Além de Michel Barnier, o debate marcado para as 10:00 locais (09:00 em Lisboa) conta também com a presença do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e será feito no âmbito da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo, França.
Na ocasião, os eurodeputados irão, assim, analisar o novo chumbo da Câmara dos Comuns e avaliar as suas consequências.
Na terça-feira à noite, o parlamento britânico voltou a chumbar o Acordo de Saída do Reino Unido da UE, com 391 votos contra e 242 votos a favor.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, não conseguiu fazer passar o acordo apesar dos três documentos adicionados segunda-feira que o Governo considerava terem as alterações necessárias para conseguir uma maioria de deputados favorável.
Reagindo ao novo chumbo, Michel Barnier defendeu, também na terça-feira à noite, que a UE fez tudo o que podia para ajudar à aprovação do Acordo de Saída do Reino Unido Bruxelas do bloco comunitário no parlamento britânico.
Numa curta publicação na rede social Twitter, o principal negociador da UE para o ‘Brexit’ escreveu que “a UE fez tudo o que estava ao seu alcance para ajudar à aprovação do Acordo de Saída”.
“O impasse [do ‘Brexit’] só pode ser resolvido no Reino Unido. Os nossos planos de contingência para um não acordo são mais importantes do que nunca”, vincou na publicação.
Além do Acordo de Saída e da Declaração Política sobre as relações futuras, foram votados, no âmbito da proposta apresentada pela chefe de Governo britânica, três novos documentos, que só foram finalizados ao final do dia de segunda-feira em Estrasburgo pela primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
O Acordo de Saída negociado com Bruxelas foi submetido ao parlamento britânico pela segunda vez, depois de ter sido chumbado a 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo 118 de deputados do partido do Governo, o partido Conservador.
A rejeição por maioria esmagadora do documento é uma derrota pesada para a primeira-ministra do Partido Conservador que negociou até ao último minuto o texto, de 600 páginas, podendo colocar a questão da sua sobrevivência à frente do executivo britânico.
O maior partido da oposição, o Partido Trabalhista, mas também o Partido Democrata Unionista (DUP), partido norte-irlandês aliado do governo no parlamento, e os conservadores eurocéticos já tinham anunciado que iriam votar contra.
Depois da votação e rejeição, os deputados britânicos votam, também hoje, a possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo, um cenário particularmente temido nos meios económicos.
Se também essa possibilidade for afastada pela Câmara dos Comuns, será então votado se Londres pede aos líderes europeus um adiamento do ‘Brexit' para depois da data prevista, de 29 de março.
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