O documento, produzido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) e o Escritório Regional da OMS para a Europa, refere que nos 15 países da região leste foram identificados 130.861 novos casos de VIH, com as taxas mais altas na Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Moldávia.
Pelo contrário, a região ocidental, onde se inclui Portugal e os países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu, registou um declínio nas taxas de novos diagnósticos, principalmente devido a uma redução de 20% desde 2015 entre homens que fazem sexo com homens.
Em Portugal, os dados coligidos pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge apontam para uma redução para menos metade do número de novos diagnósticos do VIH na última década, de 2.238 casos, correspondente a uma taxa 21,2 por 100 mil habitantes, em 2008, para 1.068 casos, equivalente a 10,3 por 100 mil habitantes em 2017.
Dos novos diagnósticos de VIH entre portugueses em 2017, 768, ou 72%, pertenciam ao sexo masculino, contra apenas 300 casos de mulheres, detalha o relatório da OMS, lançado dias antes do 30.º aniversário do Dia Mundial da Luta contra a SIDA, a 1 de dezembro.
O estudo refere que transmissão heterossexual foi responsável por 57% dos novos diagnósticos em 2017 em Portugal, seguida pela transmissão entre homens que fazem sexo com homens, 37% dos novos diagnósticos no ano passado.
Por outro lado, a transmissão atribuída ao consumo de drogas injetáveis diminuiu em 95% numa década, de 370 novos casos de HIV em 2007 para apenas 18 em 2016, sucesso atribuído aos programas de prevenção, teste e tratamento do VIH para toxicodependentes.
Para Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa, “é difícil falar de boas notícias diante de mais um ano de números intoleravelmente altos de pessoas infetadas com o VIH”.
A responsável não acredita que seja possível cumprir a meta de 90-90-90 até 2020, ou seja, diagnosticar 90% de todas as pessoas com HIV, fornecer terapia anti-retroviral a 90% das pessoas diagnosticadas e alcançar a supressão viral em 90% das pessoas tratadas.
A estratégia para o futuro, defendeu, deve passar por adaptar as intervenções, investindo “sabiamente na prevenção, no teste e no tratamento, principalmente em populações-chave”.
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