O plenário da CNE aceitou a candidatura em nome do Movimento Construye, após verificar que Zurita cumpria todos os requisitos e após rejeitar uma impugnação apresentada pelo partido Revolução Cidadã, ligado ao ex-Presidente Rafael Correa (2007-2017).
A queixa alegava que Zurita era filiado num outro partido político, o Renovación Total (Reto), de centro-direita, uma inscrição que a CNE declarou inválida ao verificar que tinha sido feita com uma assinatura diferente da do jornalista.
A candidatura de Zurita foi aprovada pouco mais de um dia do fim da campanha e poucas horas depois do início da votação para as eleições presidenciais e legislativas extraordinárias, especificamente para as pessoas detidas nas prisões do Equador.
Mesmo que os votos sejam atribuídos a Zurita, de 53 anos, a foto do jornalista e ex-deputado Fernando Villavicencio continuará a aparecer nos boletins, já que todos foram impressas antes do assassínio.
O atentado contra Villavicencio ocorreu num comício realizado a 09 de agosto numa zona central e movimentada de Quito, onde um atirador desconhecido disparou contra o candidato presidencial do Equador.
Pelo menos nove pessoas ficaram feridas no atentado, no qual morreu também o suspeito do ataque após um tiroteio com os seguranças, segundo as autoridades equatorianas que deram também conta da detenção de seis pessoas.
O Presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou o estado de emergência.
Inicialmente, o Movimento Construye lançou como candidata Andrea González — que era a vice-Presidente de Villavicencio nestas eleições -, mas o receio de uma possível rejeição por parte do CNE levou o partido a escolher Zurita.
O Movimento Construye e o próprio Zurita acusaram o organismo eleitoral de morosidade, sublinhando que o partido acabou por não poder participar num debate televisivo realizado no domingo à noite.
“A CNE impediu a participação no debate presidencial e, agora, proíbe a promoção da nossa publicidade em qualquer meio de comunicação”, além de não ter “oferecido apoio e nem tratado o assunto com a excecionalidade necessária”, lamentou Zurita na rede social X (antigo Twitter).
O Equador vive a maior crise de insegurança da história do país, que as autoridades atribuem ao tráfico de droga.
Na segunda-feira, Pedro Briones, membro do Revolución Ciudadana e um dos líderes do partido na província de Esmeraldas, foi assassinado no noroeste do Equador.
De acordo com a imprensa do Equador, citando uma fonte da polícia local, Briones foi morto a tiro em casa, na cidade de San Mateo, por dois homens que chegaram numa motorizada e conseguiram fugir após os disparos.
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