Adalberto Campos Fernandes disse, em entrevista ao semanário Sol, que a sua equipa está “a equacionar, em sede da discussão preparatória do Orçamento do Estado, que a partir de 2018 não seja possível a um jovem especialista em quem o Estado investiu, através do dinheiro dos contribuintes, sair imediatamente para o setor privado mal termine a especialidade, dando benefício desse investimento ao privado”.
Em comunicado, a OE recusou a proposta de Adalberto Campos Fernandes e referiu que a mesma é “totalmente injusta para os internos de formação específica revelando um grande desconhecimento da atual situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos seus pilares de sustentabilidade”.
Segundo a Ordem, os médicos internos correspondem neste momento a “mais de um terço dos recursos humanos médicos do SNS, sendo pois essenciais para o seu funcionamento”.
“Se o senhor ministro tem interesse em garantir que os recém-especialistas se mantenham no SNS deve sim facilitar e encurtar o tempo para a colocação dos mesmos. Não deve adiar de forma sistemática este processo, que leva a que vários recém-especialistas optem pelo trabalho em instituições privadas, dada a falta de perspetiva sobre o seu próximo local de colocação no SNS”, lê-se no comunicado.
Para a OE, esta posição de Adalberto Campos Fernandes escamoteia a realidade, “dando a entender que existe apenas o benefício de quem é formado, sem qualquer compensação do SNS”.
“Sendo o SNS o esmagador formador de médicos especialistas não é pois legítima uma medida desta natureza sem uma ampla discussão sobre o tema”, adianta.
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