Milhares de pessoas manifestaram-se no domingo em Moscovo e noutras cidades russas contra a corrupção por membros do governo, protestos que terminaram com a detenção de várias centenas de manifestantes, entre os quais Navalny.

A União Europeia e os Estados Unidos manifestaram preocupação pelas detenções. Bruxelas considerou que a ação da polícia “impediu o exercício das liberdades de expressão mais básicas” e pediu a “libertação imediata” dos manifestantes detidos.

Presente hoje a tribunal, Navalny foi ainda condenado a pagar uma multa de 20.000 rublos (cerca de 300 euros) pela organização do protesto.

O tribunal deve ainda pronunciar-se sobre a acusação a Navalny de desacatos com a polícia.

Navalny convocou as manifestações de domingo depois de ter sido divulgado um relatório em que o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, é acusado de controlar um império imobiliário através de uma rede suspeita de organizações sem fins lucrativos.

“As autoridades estão a ser acusadas de um roubo de vários milhões, mas mantêm-se em silêncio”, disse Navalny em tribunal, insistindo que os protestos foram legais.

Entre 7.000 e 8.000 pessoas manifestaram-se no domingo em Moscovo, segundo a polícia.

O Kremlin considerou os protestos “uma provocação” e “uma mentira”, acusando os organizadores de prometerem dinheiro a jovens se fossem detidos na manifestação.

Navalny, 40 anos, candidatou-se em outubro de 2013 às municipais por Moscovo obtendo 27,2% dos votos e foi um dos organizadores das grandes manifestações de dezembro de 2011 pela demissão de Vladimir Putin, os maiores protestos antigovernamentais no país desde o fim da União Soviética.

O opositor anunciou a intenção de se candidatar às presidenciais do próximo ano.