Em causa está uma operação da Polícia Judiciária (PJ), hoje divulgada, sobre um alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública.
A PJ fez buscas em 18 câmaras municipais do Norte e Centro do país, num processo em que a operadora de transportes públicos Transdev também é visada.
“No decurso desta operação, foram, até agora, constituídos quatro arguidos, entre ex-autarcas, funcionários de autarquias e de uma empresa de transportes”, refere a Procuradoria de Coimbra.
A PGD de Coimbra acrescenta que “esta investigação visa esclarecer os termos em que o Grupo Transdev obteve contratos e compensações financeiras com autarquias das zonas Norte e Centro do país”.
“Em causa estão indícios de tráfico de influência, participação económica e corrupção, entre outros crimes. O inquérito encontra-se em segredo de justiça e as investigações prosseguem na Polícia Judiciária”, lê-se na nota da PGD.
A operação “Rota Final” surge no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e Coimbra e investigado pela Diretoria do Norte da PJ, tendo-se realizado “buscas e outras diligências de prova em vários locais do território nacional”, esclarece a publicação.
As 18 câmaras municipais alvo de buscas foram as de Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca.
De acordo com dados oficiais disponíveis no portal base.gov, desde o início de 2018, a Transdev acumulou mais de dois milhões de euros em 38 contratos por ajuste direto com municípios do Norte e Centro.
No último ano, de acordo com o base.gov, o município da Guarda realizou contratos por ajuste direto com a Transdev de quase meio milhão de euros e Lamego de quase 100 mil euros.
Além do transporte escolar e de em alguns municípios assegurar os transportes públicos urbanos, a Transdev, que tem cerca de 1.900 colaboradores, detém 11 empresas e participações na Internorte, Intercentro, Rede Nacional de Expressos, Renex e Rodoviária do Tejo, segundo informação disponível no seu ‘site'.
De acordo com fonte policial, no âmbito das buscas, até ao final da manhã não existia "nenhum detido".
Comentários