Na quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou a revogação de ratificação do Tratado de Proibição Completa dos Ensaios Nucleares (CTBT).
No entanto, a diplomacia russa assegurou que o país continua a ser “signatário, com todos os direitos e obrigações que isso implica”.
O tratado, assinado em 1996, nunca entrou em vigor por não ter sido ratificado por um número suficiente dos 44 países que possuíam instalações nucleares na altura em que foi criado, incluindo, por exemplo, os EUA.
Hoje, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a decisão de Moscovo, dizendo que “é preocupante observar a tendência” para o controlo de armas nucleares.
Num comunicado, o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, lembrou que o CTBT é fundamental para a paz e a segurança internacionais.
“Tratar-se de um elemento essencial para um mundo livre de armas nucleares. Todos os Estados, especialmente aqueles cuja ratificação é necessária para a entrada em vigor do Tratado, devem ratificar o CTBT sem demora nem condições prévias”, pode ler-se no comunicado.
Na passada semana, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, alegou que a Rússia, ao sair do CTBT, estava a dar “um passo na direção errada”, instando Moscovo a não realizar testes nucleares.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo reagiu dizendo que “a posição mais destrutiva” em relação ao tratado foi adotada pelos Estados Unidos, que “evitaram ratificá-lo durante quase 25 anos sob falsos pretextos”.
A doutrina nuclear russa prevê a utilização “estritamente defensiva” de armas nucleares em caso de ataque à Rússia com armas de destruição maciça ou em caso de agressão com armas convencionais “que ameacem a própria existência do Estado”.
Em fevereiro, a Rússia suspendeu também a participação no tratado de desarmamento nuclear New Start, assinado com os Estados Unidos em 2010, o último acordo bilateral que ligava russos e norte-americanos.
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