“A pandemia [de covid-19] salientou as sinergias e forças entre a ciência e os negócios, mas também algumas tensões”, começou por dizer o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa videoconferência sobre a forma como a covid-19 alterou a política de investigação e inovação (I&I).
De acordo com o responsável, “até agora, foram administradas mais de 180 milhões de doses de vacinas” contra a covid-19, das quais “mais de metade estão em apenas dois países”. Em contrapartida, “mais de 200 países ainda não administraram uma única vacina”, notou.
A pandemia de covid-19 mostrou que “a necessidade é realmente a mãe da invenção”, sublinhou o diretor-geral da OMS, acrescentando que “esta crise sem precedentes gerou inovação sem precedentes”.
“A inovação está a ajudar-nos a responder à pandemia […], mas a ciência e a tecnologia, por si só, não irão salvar-nos”, apontou Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que estas “são ferramentas que podem ampliar ou reduzir as desigualdades”, dependendo do seu uso e de quem tem acesso às mesmas.
Perante estas desigualdades no acesso às vacinas contra a covid-19, o responsável diz contar com o apoio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para “acelerar as ferramentas de acesso à vacina”, numa parceria que ambiciona “combinar a urgência do desenvolvimento da vacina com a urgência de distribuição equitativa a todos os países”.
A plataforma Science/Business Network, que organizou a videoconferência “Como a covid-19 deu à Europa um novo projeto para a política de I&I no domínio da saúde?”, transmitiu um vídeo pré-gravado do dirigente da OMS para dar o seu parecer em relação ao papel da investigação e inovação (I&I) no combate à pandemia de covid-19.
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