A equipa integra 26 especialistas de diversas áreas, como epidemiologia, saúde animal, ecologia, medicina clínica, virologia, biologia molecular, segurança alimentar ou biossegurança, sendo os seus membros de países tão diferentes como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Rússia, França, Alemanha, China ou Japão.
A equipa, escolhida entre 700 candidatos, irá formar o Grupo Consultivo Científico para as Origens de Novos Patógenos e visa aconselhar a Organização Mundial de Saúde (OMS) relativamente às origens de agentes infecciosos emergentes e reemergentes com potencial para provocarem epidemias ou pandemias.
“O aparecimento de novos vírus com potencial para desencadear epidemias e pandemias é um facto da natureza e, apesar de o SARS-CoV-2 ser o vírus mais recente, não será o último”, afirmou hoje o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Entender de onde vêm os novos patógenos é essencial para prevenir futuros surtos com potencial epidémico e pandémico e requer um leque vasto de conhecimento. Estamos muito satisfeitos com o calibre de especialistas selecionados (…) e esperamos trabalhar com eles para tornar o mundo num lugar mais seguro”, acrescentou.
Os 26 membros serão ainda sujeitos a uma avaliação final, na qual a OMS também levará em consideração os resultados de uma consulta pública de duas semanas sobre os candidatos.
A investigação sobre a origem do vírus que provoca a covid-19 tem sido um objetivo constante da OMS, que enviou, logo em fevereiro e depois em julho de 2020, duas equipas de especialistas à China, nomeadamente à cidade de Wuhan, onde foi detetado o primeiro caso da doença.
Pequim reagiu à investigação e foi impondo sucessivos atrasos, o que dificultou a possibilidade de estudar os primeiros vestígios da infeção.
Em janeiro deste ano, uma outra equipa de dez investigadores e especialistas da OMS viajou para a China para investigar a origem do coronavírus SARS-CoV-2, mas a China continuou a dificultar a recolha de informação, como por exemplo, o nome da primeira vítima mortal da covid-19, e a entrada no mercado de Wuhan, considerado como o primeiro grande foco da pandemia.
A equipa acabou por deixar a China em meados de fevereiro, apontando duas teorias preliminares sobre as origens do vírus: através de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para humanos ou através de algum alimento congelado.
Esta segunda teoria foi defendida pela China repetidamente, durante os primeiros meses da pandemia, após a deteção de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático.
A investigação foi um momento extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países, situação que se tornou ainda mais complicada pelas acusações do então Presidente norte-americano, Donald Trump, que afirmou que o Instituto de Virologia de Wuhan foi responsável por deixar o vírus escapar.
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