Só desde maio, foram contabilizados 250 mil deslocados, dos quais 80% são mulheres e crianças, avançou hoje a porta voz da ACNUR Shabia Mantoo em conferência de imprensa.
A este número somam-se mais 150 mil pessoas que tiveram que deixar as suas casas entre janeiro e maio, referiu.
“O número de vítimas nas hostilidades é enorme”, afirmou Mantoo, que advertiu que o Afeganistão “está a caminho de sofrer o pior número anual de mortes de civis em conflito de que a ONU tem registo”.
Numa altura em que os talibãs já controlam várias das capitais de província do país, incluindo a segunda maior cidade do país, Kandahar, e ameaçam Cabul, a porta-voz lembrou que a ONU “pede um cessar-fogo permanente e uma solução negociada para o bem do povo afegão”.
Mantoo explicou que a maioria dos deslocados pelo conflito evitou deixar o Afeganistão e quis “ficar o mais perto possível das suas casas”, embora cerca de 120 mil fugiram de áreas rurais e províncias para procurar refúgio em Cabul e arredores.
Apesar desse padrão de movimentos, o ACNUR pediu hoje aos países vizinhos que mantenham as suas fronteiras abertas a possíveis refugiados.
O movimento extremista islâmico lançou a atual ofensiva em maio, com o início da retirada final das tropas norte-americanas e estrangeiras, a qual deverá estar concluída até 31 de agosto.
Em cerca de uma semana, os talibãs assumiram o controlo de quase metade das 34 capitais provinciais.
Na sequência da ofensiva dos talibãs, vários países, como Canadá, Reino Unido, Estados Unidos ou Austrália decidiram enviar contingentes militares para garantir a evacuação das suas embaixadas em Cabul.
Os talibãs lideraram o Afeganistão entre 1996 e 2001, impondo a sua versão rigorosa da lei islâmica.
Em 2001, foram atacados por uma coligação internacional liderada pelos EUA, que tentavam capturar Osama bin Laden depois dos atentados de 11 de setembro.
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