“Abraçaremos esta nova etapa que se irá prolongar até 2024 com a mesma energia e compromisso com que fizemos até ao momento”, disse Tiago Braga numa cerimónia que decorreu esta manhã nos Jardim do Palácio de Cristal, no Porto, e na qual participou o primeiro-ministro, António Costa, bem como o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes.
Em causa as obras de prolongamento da Linha Amarela e a construção da Linha Rosa, o que representa, no total, “um acréscimo de seis quilómetros e sete estações à rede de metro do Porto e um investimento total superior a 400 milhões de euros”, frisou Tiago Braga.
O presidente da Metro do Porto também destacou que o financiamento destas empreitadas é assegurado pelo Fundo Ambiental e por fundos do POSEUR-Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, garantindo que a empresa “não abdicará de um acompanhamento estrito das medidas definidas em sede de declarações de conformidade ambiental, investindo em ferramentas de informação sobre o estado e avanço das obras”.
“Por isso, hoje mesmo lançaremos hoje um micro-site sobre as obras. Mesmo nos incómodos que poderão ser causados, seremos rigorosos e expeditos na sua mitigação”, referiu.
Segundo Tiago Braga a expansão da Linha Amarela e a construção da Rosa vão evitar, no total, “a emissão anualmente de 4.000 toneladas de C02 [dióxido de carbono]”, através da “retirada de circulação de mais de 21.000 veículos particulares e cerca de 1.000 pesados por dia”.
Sobre a Linha Amarela, que atualmente cruza o rio Douro através da ponte D. Luís, partindo do Hospital de São João, no Porto, até Santo Ovídeo, em Vila Nova de Gaia, foi hoje descrito que a expansão para sul acontecerá através de um viaduto sobre a autoestrada.
Depois a linha entrará até num túnel até chegar à futura estação Manuel Leão, em Gaia, local onde, entre outros equipamentos, servirá a Escola EB 2-3 Soares dos Reis e o Centro de Produção da RTP no Monte da Virgem.
De seguida, a linha volta à superfície até à estação do Hospital Santos Silva, uma das unidades do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, partindo para a urbanização de Vila D’Este que tem mais de 15 mil residentes.
A estimativa é de que os passageiros que iniciem a viagem a viagem a Sul, ou seja em Vila D’Este, demorem “menos de 10 minutos” a fazer o percurso até à Câmara de Gaia e “menos de 20” até ao Porto.
Quanto à Linha Rosa, que se traduz num novo trajeto no Porto entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música, constituindo-se numa via direta da Boavista à baixa do Porto, esta ligar-se-á às linhas Azul, Vermelha, Verde, Violeta e Laranja, na Casa da Música, bem como à Linha Amarela, na Estação de S. Bento.
Com quatro novas estações subterrâneas e um percurso em túnel de quase três quilómetros, esta linha tem o cunho de dois prémios Pritzker [prémios considerados o Nobel da Arquitetura] uma vez que Eduardo Souto de Moura é o responsável pelos projetos das novas estações, sendo que a de São Bento é assinada em parceria com Álvaro Siza Vieira.
A expectativa é de que “a construção da Linha Rosa retire das ruas cerca de 15.000 automóveis”, de acordo com informação da Metro do Porto.
Esta manhã foram consignadas as empreitadas das linhas Rosa e o prolongamento da Amarela, isto depois de a 03 de março, fonte oficial da Metro do Porto ter revelado à agência Lusa que o Tribunal de Contas (TdC) deu luz verde a estas obras.
O visto do TdC foi dado aos contratos assinados, em novembro, entre a Metro do Porto e o consórcio Ferrovial/ACA.
Hoje, na presença dos governantes nacionais, bem como dos autarcas de Vila Nova de Gaia e do Porto, Tiago Braga considerou que “este é um dos dias mais importantes da “curta, mas rica” história da Metro do Porto.
Tiago Braga recordou que foi a 12 de março de 2020 que o Conselho de Ministros aprovou o reforço da dotação orçamental do projeto em 100 milhões de euros, dia em que foram tomadas as primeiras decisões de combate à pandemia covid-19, incluindo o fecho das escolas a 16 de março do ano passado.
“Mesmo no cenário em que o país se começava a confrontar com a maior crise de saúde pública de que há memória, em que era tão simples adiar uma decisão, o compromisso do Governo foi inequívoco”, disse o presidente da Metro do Porto ao agradecer à tutela, aos Municípios, entre outras personalidades e entidades mencionadas.
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