Segundo as conclusões do Estudo de Natal 2019 da consultora Deloitte, “este aumento do orçamento das famílias para a época natalícia vai ao encontro do otimismo registado pelos portugueses em relação à economia nacional”, já que, “de entre os oito países em análise, Portugal é o que regista um índice de confiança económica mais elevado, com 72% dos inquiridos a considerar que a economia nacional é estável ou está em crescimento”.

Segundo a Deloitte, os perto de 400 euros que cada família portuguesa prevê gastar no Natal inclui gastos estimados em presentes, refeições, eventos sociais e viagens, tendo esta última categoria sido adicionada ao estudo apenas no ano passado.

“Apesar deste aumento, a média nacional encontra-se ainda longe da europeia, que este ano se fixa nos 461 euros, mais 74 euros que o expectável para o mercado português”, e representa ainda menos de metade dos valores gastos nos anos pré-crise, destaca.

“Depois de um período de acentuado pessimismo durante os anos da crise, a confiança das famílias portuguesas na evolução da economia e do seu poder de compra tem assistido a uma evolução positiva desde 2012. Essa recuperação não se traduz, contudo no nível de gasto durante a quadra natalícia que, apesar de uma ligeira recuperação, se mantém estável nos últimos cinco anos em valores inferiores a metade do que se observava nos anos pré-crise”, afirma Pedro Miguel Silva, ‘Associate Partner’ da Indústria de Consumo da Deloitte.

O estudo volta a apontar a primeira quinzena de dezembro como “o período preferido para os portugueses fazerem as suas compras de natal”, mas deteta “uma tendência crescente de antecipação desta atividade, com o mês de novembro a ganhar cada vez mais peso nas preferências das famílias”.

Em novembro, destaca-se a preferência pelo período da ‘Black Friday’, onde 68% dos inquiridos admite vir a fazer algumas das suas compras de natal, um valor idêntico ao da média europeia.

Quando questionados sobre a influência do Orçamento do Estado - este ano com entrega prevista para 16 de dezembro - nos seus hábitos de consumo neste Natal, a maioria dos inquiridos nacionais refere que esta será “moderada”, mas a Deloitte destaca o “crescente número de portugueses” que procura fazer as suas compras de Natal em períodos de grandes campanhas comerciais, como a 'Black Friday’.

Os chocolates destacam-se como “o presente favorito” dos portugueses, sendo referidos por 60% dos participantes na 22.ª edição do Estudo de Natal da Deloitte como “a prenda ideal para esta época natalícia”, numa preferência partilhada por homens e mulheres.

Para os homens, o top três de presentes mais desejados é completado por roupas e livros, respetivamente, enquanto as portuguesas elegem a cosmética/perfumes para o segundo lugar das preferências, seguindo-se os livros.

A maioria dos portugueses (67%) escolhe os centros comerciais como “lugar de eleição” para fazer as compras de Natal, uma tendência que a Deloitte diz não ser “acompanhada pela maioria dos países europeus que, com exceção de Espanha, preferem os super e hipermercados e as lojas da especialidade para obterem os seus presentes”.

O mercado ‘online’ tem vindo a crescer e prevê-se que possa representar um quarto (25%) das compras de Natal feitas em Portugal em 2019.

“Apesar desta tendência crescente – nota a consultora - as famílias portuguesas continuam a eleger as lojas físicas como o sítio preferencial para adquirirem as suas prendas, apontando como principais razões para esta escolha o serviço personalizado de atendimento, as políticas de devolução e uma maior confiança nos meios de pagamento utilizados”.

No que diz respeito à fase prévia da compra dos presentes, nomeadamente a procura de ideias e o respetivo aconselhamento, são notórias “algumas semelhanças entre a realidade nacional e europeia, com os portugueses a recorrerem, além das lojas físicas (63%), aos ‘sites’ das marcas (37%), às recomendações de amigos (31%) e às redes sociais (28%)”.

Destinado a analisar as “expetativas, atitudes e comportamentos dos consumidores no período do Natal”, estudo da Deloitte baseou-se em dados obtidos entre 16 de setembro e 11 de outubro de 2019, tendo recebido em Portugal um total de 786 respostas de participantes com idades entre os 18 e os 65 anos.

Este ano o estudo foi realizado em oito países europeus referenciados como tendo “hábitos de consumo semelhantes” (Alemanha, Holanda, Espanha, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Rússia), num total de 7.190 respostas, tendo a amostra sido selecionada tendo em conta as características sociodemográficas, os interesses pessoais, o nível de rendimento e o perfil de consumo dos inquiridos.