A apresentação está marcada para as 15h no salão árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, adiantou a mesma fonte.
Nuno Melo já tinha antecipado, na sexta-feira passada, que anunciaria "dentro de dias" uma decisão sobre a candidatura à liderança do CDS-PP, numa publicação no Facebook em que analisou com detalhe os resultados dos democratas-cristãos nas eleições autárquicas de 26 de setembro.
“Partilhando a alegria nos casos justificados, entendo que o CDS também deve saber interpretar todo o quadro do processo autárquico, sem ilusões e com racionalidade, nos aspetos positivos já referidos, mas igualmente em relação aos aspetos preocupantes, para que possamos estar à altura dos desafios futuros”, afirmou.
Depois de elencar e apresentar detalhadamente todas as suas preocupações com a perda de votos do partido – “preocupa-me se qualquer direção do partido não se preocupar suficientemente com isto”, refere a dada altura do texto – o eurodeputado recordou que “a história mostra” que o PSD só “relevou com justiça” o CDS-PP em coligações sempre que os centristas estiveram “fortes eleitoralmente no momento das negociações”.
“Quando o partido se encontra débil, o risco é grande nos combates legislativos. Fazer de conta que os factos não são os que os números revelam, não só não resolve os nossos problemas estratégicos estruturais, como evita que os superemos com coragem”, alertou.
Em julho, Nuno Melo indicou que iria apresentar uma Moção de Estratégia Global na próxima reunião magna do partido.
Nesta publicação, assinalou que “muito antes das eleições autárquicas” fez saber que a decisão que tomasse em relação ao próximo congresso “não dependeria dos resultados destas eleições, antes sim da avaliação que fizesse do estado geral do partido”.
Também na sexta-feira, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou que vai recandidatar-se à liderança do partido.
Numa declaração na sede do CDS-PP, em Lisboa, sem direito a perguntas dos jornalistas, o líder do partido afirmou “estar absolutamente seguro” de que é a pessoa certa “para continuar a atingir os objetivos do CDS-Partido Popular”.
“Por sentir que cumpri o meu dever e que ninguém, nas mesmas condições, seria capaz de fazer melhor, é minha obrigação colocar-me à disposição dos militantes do meu partido para continuar a liderar o CDS-Partido Popular”, anunciou.
Para isso, Francisco Rodrigues dos Santos pediu “ao presidente do Conselho Nacional a marcação de uma reunião para análise dos resultados eleitorais” e a “marcação do próximo Congresso eletivo, para ouvir o partido, discutir ideias” e apresentar a sua estratégia aos militantes.
Na mesma declaração, Rodrigues dos Santos avisou a oposição interna que “não há tortura de números nem contabilidade criativa que apague o sucesso” das autárquicas, criticando os que querem transformar em insucesso os bons resultados “para seu aproveitamento pessoal”.
O órgão máximo do partido entre congressos vai reunir-se no domingo, por videoconferência.
Além da marcação do XXIX congresso ordinário, que será antecipado, está prevista ainda a análise aos resultados das autárquicas.
(Artigo atualizado às 11:18)
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