Na sua página de apresentação, o Sopro propõe-se atingir aquele objetivo “através de diálogo, formação, informação, acolhimento e integração”.
Como descreve Bárbara Gardete, da equipa de coordenação do movimento, foi a citação bíblica escolhida pelo Papa Francisco para lema da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 – “Maria levantou-se e partiu apressadamente” – que “iniciou todo o percurso” do Sopro.
“Movidas por este pensamento, e tendo em conta toda uma comunidade que poderia não ter espaço neste evento, duas pessoas começaram a mobilizar as suas forças para que algo acontecesse. Após algumas conversas e reuniões, juntaram-se a outras três pessoas e começaram a preparar aquilo que na altura pensavam ser um caminho para as JMJ com vista à integração da comunidade LGBT+”, acrescenta num texto publicado no site https://www.sopromovimento.org/.
A primeira reunião aconteceu em fevereiro de 2021, com os promotores, “com o passar das reuniões quinzenais e dos meses”, aperceberem-se de “que o objetivo inicial estava a ser largamente ultrapassado”.
“Já não se tratava única e exclusivamente de encontrar um caminho para a integração nas JMJ, mas de encontrar um caminho que permitisse que esta comunidade e amigos se sentissem bem e integrados em todo e qualquer momento no seio da Igreja Católica”, acrescenta Bárbara Gardete.
A equipa do Sopro integra “cerca 20 pessoas católicas, consagradas e leigas com um compromisso profundo de criar pontes entre a Comunidade LGBT+ e a Igreja Católica Portuguesa, por um caminho de união e de amor”, que se sente, chamadas “a criar pontes, acolher e compreender pessoas na diversidade da sua afetividade (…) reconhecendo a experiência cristã de cada pessoa”.
Na sua página na internet, o movimento sublinha o anseio “por um futuro onde a Igreja Católica em Portugal seja verdadeira comunidade, lugar de aceitação, acolhimento e participação de todas as pessoas, independentemente da sua identidade e da sua afetividade”, com os seus membros a considerarem-se animados “pelos princípios da inclusão, da compaixão, da sensibilidade, do respeito e do conhecimento”, com vista à desmistificação do “preconceito associado à diferença”.
Alem de Bárbara Gardete, a equipa de coordenação conta com Ana Carvalho, Maria Pires e Teresa Vieira da Cruz.
Uma das “ofertas” do ‘site’ do Sopro é o “Ponto de escuta”, ao qual os interessados podem recorrer caso necessitem “de falar com alguém para acompanhamento espiritual ou psicológico”.
“Temos uma equipa pronta para te ajudar neste caminho!”, assegura o movimento.
Em declarações ao jornal digital 7Margens, Teresa Vieira da Cruz explicou que o “Ponto de escuta” pretende ser um espaço onde “pessoas que nem sequer sabem quem procurar” tenham uma forma de encontrar apoio, se necessário, tendo em conta que podem cruzar-se com algum “psicólogo que pode vir de uma vertente mais conservadora” ou algum padre com uma visão menos integradora.
“Vários de nós passámos por processos desses, por isso sentimos necessidade de possibilitar esse apoio”, disse Teresa Cruz, acrescentando que está prevista, para já, uma equipa integrada por três padres, uma psicóloga e dois leigos para apoio aos que o procurarem.
A divulgação de livros, de documentos teológicos e pastorais, bem como podcasts sobre o tema é outro dos serviços do site do Sopro.
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